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México afirma que EUA daria 'tiro no pé' com tarifa de 25% sobre importações

O objetivo de Trump é pressionar os países vizinhos para que ponham fim à "invasão" de drogas e migrantes irregulares para os Estados Unidos

Caminhões esperam em uma fila para cruzar para os EUA ao lado do muro da fronteira no porto comercial de Otay em Tijuana, estado de Baja California, México.Caminhões esperam em uma fila para cruzar para os EUA ao lado do muro da fronteira no porto comercial de Otay em Tijuana, estado de Baja California, México. - Foto: Guillermo Arias / AFP

Os Estados Unidos estariam dando "um tiro no pé" ao impor uma tarifa de 25% sobre as importações mexicanas, medida anunciada pelo presidente eleito Donald Trump, alertou o governo mexicano nesta quarta-feira (27).

"O impacto sobre as empresas é enorme. (...) Aproximadamente 400.000 empregos seriam perdidos" nos Estados Unidos, afirmou o secretário de Economia mexicano, Marcelo Ebrard, com base em um cálculo de seu departamento, fundamentado em números de empresas automotivas dos EUA que operam no México.

A previsão é um dos argumentos com os quais o governo mexicano tentará convencer Trump sobre a inconveniência da medida tarifária, anunciada na segunda-feira e que também afetaria o Canadá.

O objetivo de Trump é pressionar ambos os países vizinhos e parceiros no Acordo Estados Unidos-México-Canadá (T-MEC) para que – segundo o presidente eleito – ponham fim à "invasão" de drogas e migrantes irregulares para os Estados Unidos.

Os comentários do ministro mexicano se somam à carta que a presidente Claudia Sheinbaum enviou a Trump na terça-feira, alertando que nem "com ameaças nem com tarifas" será possível deter a migração irregular nem o consumo de drogas nos Estados Unidos.

Ebrard também destacou o efeito das tarifas sobre os consumidores, usando como exemplo o mercado de caminhonetes nos Estados Unidos, 88% das quais vêm do México. As tarifas elevariam o preço desses veículos ao consumidor em 3.000 dólares (R$ 17,5 mil), afirmou.

"O impacto principal dessa medida é contra o consumidor nos Estados Unidos. (...) Por isso, dizemos que é um tiro no pé", acrescentou o secretário durante a habitual coletiva de imprensa matinal de Sheinbaum.

Ebrard adiantou que o México proporá políticas para tornar a América do Norte o bloco comercial "mais seguro, produtivo e competitivo do mundo".

A proposta se baseia em três pilares: "segurança, migração e governança", para fomentar a criação de empregos, investimentos e otimização das cadeias regionais de suprimentos, afirmou.

Sheinbaum disse, por sua vez, que ainda não foi agendada uma reunião com Trump e sua equipe, encontro que a presidente propôs na carta que lhe enviou.

México, Estados Unidos e Canadá mantêm há três décadas um acordo comercial que foi renegociado durante o primeiro mandato de Trump (2017-2021), que alegou que o acordo prejudicava as empresas americanas, especialmente as automotivas.

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