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México critica EUA, em nota diplomática, por "interferência" em reforma judicial

O protesto, enviado pela chancelaria à embaixada dos EUA, indica que a discussão da reforma judicial é um assunto "de natureza estritamente interna"

O presidente do México, Andrés Manuel Lopez ObradorO presidente do México, Andrés Manuel Lopez Obrador - Foto: Yuri Cortez / AFP

O México enviou uma nota diplomática aos Estados Unidos para protestar contra a "declaração ingerente" do seu embaixador Ken Salazar em relação à reforma judicial que está sendo discutida no país, informou nesta sexta-feira(23) o presidente Andrés Manuel López Obrador.

Na quinta-feira, o diplomata afirmou em coletiva de imprensa que a polêmica iniciativa de eleger juízes por voto popular "ameaça" a relação comercial entre os dois países, considerando-a um "risco" para a democracia mexicana.

"A declaração do embaixador (...) representa uma ação inaceitável de ingerência, contraria a soberania do México e não reflete o grau de respeito mútuo que caracteriza as relações entre os nossos governos", diz a nota lida pelo presidente em sua conferência de imprensa matinal.

O protesto, enviado pela chancelaria à embaixada dos EUA, indica que a discussão da reforma judicial é um assunto "de natureza estritamente interna" para o México.

López Obrador disse que a relação com o presidente dos EUA, Joe Biden, tem sido de "respeito". Mas "ultimamente tem ocorrido atos de desrespeito a nossa soberania, como esta declaração infeliz e imprudente do embaixador Salazar", observou.

"Espero que isto não se repita (…) é uma atitude intervencionista grosseira", acrescentou.

O partido governista Morena, que obteve uma vitória esmagadora nas eleições de 2 de junho, procura promover esta reforma constitucional no novo Congresso que toma posse em 1º de setembro.

A eleição de juízes e magistrados por voto popular faz parte de uma reforma do Poder Judiciário proposta ao Congresso por López Obrador, que terminará o seu mandato em 1º de outubro.

O México é o principal parceiro comercial dos Estados Unidos, depois de desbancar a China em 2023. Ambos os países fazem parte do acordo de livre comércio (T-MEC) juntamente com o Canadá.

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