Investimentos

México e EUA concordam em cooperar no controle de investimentos estrangeiros

Yellen anunciou na quarta-feira que seu departamento impôs avaliações financeiras contra 15 mexicanos

Yellen anunciou na quarta-feira que seu departamento impôs avaliações financeiras contra 15 mexicanosYellen anunciou na quarta-feira que seu departamento impôs avaliações financeiras contra 15 mexicanos - Foto: Rodrigo Oropeza/AFP

México e Estados Unidos estabeleceram, nesta quinta-feira (7), a formação de um grupo de trabalho para controle de investimentos estrangeiros com o objetivo de evitar riscos de segurança nacional, no momento em que Washington busca relocalizar suas cadeias de suprimentos em países aliados.

O acordo, assinado pela secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, e pelo secretário da Fazenda mexicana, Rogelio Ramírez de la O, será concretizado ao final de uma visita de três dias de Yellen ao México, onde a funcionária americana buscou investir o combate ao fentanil e aprofunde os laços econômicos binacionais.

Yellen anunciou na quarta-feira que seu departamento impôs avaliações financeiras contra 15 mexicanos e duas empresas acusadas de integrar uma rede vinculada ao cartel de tráfico de drogas Beltrán Leyva e dedicou o envio de fentanil para os Estados Unidos.

Nesse sentido, o entendimento desta quinta “reafirma nosso compromisso conjunto para combater a ameaça que certos investimentos estrangeiros representam para a nossa segurança nacional”, afirmou a secretária do Tesouro americano, em coletiva de imprensa no palácio presidencial na Cidade do México.

Yellen acrescentou que o grupo de trabalho vai trocar “conhecimentos técnicos e melhores práticas” para o monitoramento dos investimentos.

Embora o acordo não mencione países específicos, em anos recentes uma agência americana que avalia os riscos de investimentos estrangeiros (CFIUS, na sigla em inglês) investigou empresas como o TikTok, de propriedade do conglomerado chinês ByteDance.

Questionada sobre possíveis restrições aos investimentos chineses no México a partir do acordo, Yellen garantiu que, por não suscitar "preocupações de segurança nacional" para o seu país, Washington não tem "absolutamente nenhum problema" com a chegada de capitais do gigante asiático.

Ramírez de la O ressaltou, por sua vez, a natureza "dominante" dos laços financeiros e comerciais com os Estados Unidos, por isso a relação do México com outros países não é uma prioridade "tão grande".

Segurança nacional
O acordo entre México e Estados Unidos destaca a importância de contar com mecanismos eficazes de revisão dos investimentos, especialmente aqueles que envolvem tecnologia, infraestrutura crítica e dados seguros, acrescentou o Tesouro americano em comunicado.

“Este grupo de trabalho confirma o facto de que a segurança nacional dos Estados Unidos está vinculada à segurança dos nossos aliados e parceiros, incluindo os nossos vizinhos da América do Norte”, acrescentou Paul Rosen, subsecretário do Tesouro para a Segurança dos Investimentos, citado no documento.

O CFIUS trabalha com governos de "todo o mundo" para ajudá-los a fortalecer suas ferramentas para controlar investimentos estrangeiros, aponta o comunicado.

Ramírez de la O destacou que o acordo também oferece "oportunidades" para introduzir outros temas de interesse para o México, como o do sistema de pagamentos digitais e a redução do custo de envio de remessas, uma das maiores fontes de divisas do país.

O comércio entre Estados Unidos e México - sócios no acordo de livre comércio T-Mec com o Canadá - superou 850 bilhões de dólares (R$ 4,16 trilhões, na cotação atual) em 2022.

Durante sua visita, Yellen também se reuniu com o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador, mas, por ora, não vazaram os temas que foram discutidos no encontro.

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