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Fronteiras

México mostra progresso em fluxo de migração e combate ao tráfico, após encontro com os EUA

A diminuição da migração ocorreu após vencer, em 11 de maio, a aplicação do Título 42

Fronteira entre EUA-MéxicoFronteira entre EUA-México - Foto: Alfredo Estrella/AFP

O México destacou, nesta quarta-feira (26), após uma reunião entre diretores com os Estados Unidos, uma diminuição no fluxo de migrantes irregulares que tentam cruzar sua fronteira com o país, bem como um aumento na apreensão de armas introduzidas ilegalmente no país.

A diminuição da migração ocorreu após vencer, em 11 de maio, a aplicação do Título 42, decreto de Washington que permitia a prisão e expulsão imediata das pessoas sem documentos, destacou a chanceler mexicana, Alicia Bárcena.

"Os encontros irregulares" entre os migrantes e as patrulhas americanas na fronteira, "diminuíram 50% entre maio e junho. Isso é muito importante", enfatizou a diplomata. Ela lembrou que este indicador atingiu o nível mais baixo desde fevereiro de 2021, segundo dados da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP, na sigla em inglês).

Bárcena alertou que, em contraste, a migração familiar irregular aumentou 36% entre junho e julho, segundo a mesma fonte.

A chanceler destacou também que os resultados do programa de "permissões humanitárias" e do aplicativo para celular CBP One. Especificamente 166.000 migrantes chegaram aos Estados Unidos por meio dessas permissões e outros 106.000 o fizeram usando o aplicativo.

Estas duas ferramentas foram negociadas com os Estados Unidos para facilitar a entrada regular de migrantes de várias nacionalidades.

"São 272 mil pessoas (...) Realmente é uma grande conquista do acordo bicentenário entre o México e os Estados Unidos", afirmou a chanceler, em alusão ao mecanismo de cooperação em segurança implementado em dezembro de 2021.

Sobre a tensão levantada com o Texas, onde o governador Greg Abbott instalou boias para impedir a passagem de migrantes em um trecho de 305 metros da fronteira do Rio Grande, Bárcena informou que a maior parte dessa barreira, 230 metros, está em território mexicano.

"É um espaço pequeno, mas o princípio é o que queremos destacar", disse ela, que informou que foram enviadas duas notas diplomáticas que especificam as violações dos acordos fronteiriços.

Na terça-feira, o presidente Andrés Manuel López Obrador qualificou a colocação das boias como uma "provocação" que viola a soberania mexicana.

A mexicana destacou o "enorme esforço" do México para apreender 70.571 armas contra 2.955 apreendidas pelos Estados Unidos. Atualmente, o tráfico de armas é uma das principais denúncias contra Washington.

Nesse sentido, ela propôs avançar "em maior reciprocidade para aumentar a captura de armas" ilegais, um fluxo que chega a 200 mil por ano, segundo dados oficiais citados por Bárcena.

A reunião binacional focou na migração, no tráfico de fentanil e armas e aconteceu na segunda-feira, seguida de outra reunião na terça-feira com a participação do Canadá, pautado nas drogas sintéticas.

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