México prepara plano para lidar com possíveis deportações em massa em novo mandato de Trump
Presidente eleito, Donald Trump prometeu deportações em massa de migrantes mexicanos assim que assumir cargo
O governo do México informou nesta terça-feira que está preparando um plano para lidar com possíveis deportações em massa de migrantes mexicanos que possam ser ordenadas pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, assim que ele assumir o cargo.
"Estamos trabalhando para considerar todos os possíveis cenários, e há um plano intersecretarial que será anunciado pela presidente no momento adequado", disse o chanceler mexicano, Juan Ramón de la Fuente, à rede Televisa, após uma reunião com a presidente Claudia Sheinbaum no Palácio Presidencial.
"A responsabilidade e obrigação do Estado mexicano são com os mexicanos, que são nossa prioridade", acrescentou o ministro ao ser questionado se o plano incluiria migrantes de outras nacionalidades deportados para o México.
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Mais cedo, Sheinbaum afirmou que seu governo está se preparando para possíveis deportações de mexicanos durante o novo mandato de Trump.
"Estamos nos preparando para isso, para receber os homens e mulheres mexicanos que, por alguma razão, sejam deportados dos Estados Unidos. É nossa obrigação", declarou a presidente durante sua habitual coletiva de imprensa matinal.
A mandatária também destacou que seu governo está desenvolvendo um programa para contratar mais advogados que possam atender aos migrantes nos consulados do México nos Estados Unidos.
Trump prometeu declarar estado de emergência nos Estados Unidos e usar o Exército para realizar uma deportação em massa de migrantes assim que assumir o cargo, em 20 de janeiro.
O magnata republicano de 78 anos, que descreve como "invasão" a entrada de migrantes sem visto pela fronteira com o México, afirmou que realizará "a maior operação de deportação da história dos Estados Unidos".
Sheinbaum destacou que seu governo está elaborando um documento que ressalta a contribuição dos trabalhadores mexicanos para a economia dos Estados Unidos.
Muitas dessas pessoas permanecem no país vizinho em situação irregular.
Migrantes de diversas nacionalidades têm se organizado em caravanas para tentar chegar aos Estados Unidos antes da posse de Trump.
Na segunda-feira, um novo grupo partiu da cidade mexicana de Tapachula, próxima à fronteira com a Guatemala, rumo aos Estados Unidos.
A caravana, terceira desde as eleições nos EUA em 5 de novembro, é composta principalmente por venezuelanos, muitos deles jovens, além de famílias com crianças pequenas.