México tem maior mortalidade por Covid entre países com mais casos da doença
O país registrou 1,9 milhão de casos e 171 mil mortes até agora
A cada 100 casos de Covid-19, 8,7 terminaram em morte no México, segundo dados da universidade Johns Hopkins. Com isso, o país tem a maior taxa de mortalidade entre os infectados por Covid-19, no comparativo entre os 20 países mais afetados pela doença no mundo.
O país registrou 1,9 milhão de casos e 171 mil mortes até agora. É o terceiro do mundo com mais óbitos em decorrência do coronavírus, atrás de EUA (480 mil óbitos) e Brasil (237 mil).
Na lista de mortalidade entre os países mais atingidos, atrás do México, ficam Peru (3,6 mortes a cada 100 diagnósticos), Itália (3,5) e África do Sul (3,2). O Brasil veio em 11º lugar, com taxa de 2,4.
Ao considerar todos os países do mundo, a taxa de mortalidade no México fica atrás apenas do Iêmen, que tem 28,7 óbitos a cada 100 diagnósticos de Covid-19.
O México viveu os momentos com mais casos da pandemia em janeiro, após as festas de fim de ano. A crise gerou, inclusive, falta de cilindros de oxigênio.
Houve melhora em fevereiro. Nesta sexta (12), a capital reduziu o nível de alerta de vermelho para laranja, por conta da redução do número de internações hospitalares. A ocupação dos leitos para pacientes com coronavírus, indicador usado no México para determinar o nível de alerta, estava em torno de 90% em janeiro, mas caiu para 67,8% na quinta (11), segundo dados oficiais.
A Cidade do México e sua região metropolitana, que concentram a maior parte das atividades econômicas do país, têm sido as mais atingidas pela pandemia e, consequentemente, as que apresentam maiores restrições.
O surto na capital começou a crescer exponencialmente em dezembro, depois de as autoridades terem adiado por semanas o fechamento de estabelecimentos comerciais não essenciais, mesmo quando os números de infectados superaram os limites colocados pelo próprio governo.
As restrições acabaram sendo intensificadas na capital, mas muitos mexicanos ignoraram os apelos do governo para que não saíssem de casa. O alerta vermelho, o mais alto, foi ativado em 18 de dezembro. Com isso, foram mantidas apenas as atividades essenciais funcionando.
"Agora estamos entrando no nível laranja sem baixar a guarda, vamos reativar sem arriscar", afirmou Claudia Sheinbaum, governadora da capital, em entrevista coletiva.
Mesmo com alerta laranja, diversas atividades na capital permanecerão restritas. Apenas os centros religiosos serão reabertos, mas sem celebrações. Academias terão horário e lotação restritos. Os restaurantes, que já estavam autorizados a funcionar com mesas ao ar livre, poderão permanecer abertos por mais uma hora. Os shoppings reabriram as suas portas na última terça-feira, com restrições.
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, de esquerda, mantém posturas negacionistas, como evitar o uso de máscaras e não respeitar o distanciamento social, embora seu governo faça campanhas por essas medidas.
Obrador, 67, foi infectado pelo coronavírus em janeiro, mas mesmo assim não mudou de postura. Na segunda (8), ele deu sua primeira entrevista coletiva após se recuperar da doença.
Perguntado se usaria máscara agora, respondeu "não, não. De acordo com os médicos, agora eu não sou contagioso". Apesar disso, casos de reinfecção já foram registrados diversas vezes pelo mundo.
Mesmo com o alto número de mortes, Obrador manteve sua aprovação alta em meio à pandemia. Em janeiro, 62% dos mexicanos avaliavam bem seu governo, segundo dados do Council of the Americas.
O México começou a vacinar sua população em 24 de dezembro, mas aplicou até agora cerca de 725 mil doses, o que equivale a 0,57 unidade por 100 habitantes. No Brasil, já foram imunizados 4,4 milhões de pessoas, ou 2,09 injeções a cada 100 moradores.