Mianmar e Bangladesh se preparam para chegada do ciclone Mocha
Mocha é considerado um dos ciclones mais potentes dos ultimos anos, com ventos ventos de até 220 km/h
Mianmar e Bangladesh se preparam para a chegada do ciclone Mocha no domingo (13), o mais potente dos últimos anos, que ameaça os precários acampamentos onde vivem centenas de milhares de refugiados muçulmanos rohingya.
Classificado como "muito violento" pelas autoridades meteorológicas de Dacca, e "extremamente violento", por seus homólogos indianos, o ciclone Mocha se aproxima acompanhado de ventos de até 220 km/h.
A previsão é que chegue ao solo na manhã de domingo entre Cox's Bazar, onde quase um milhão de refugiados rohingya vive em precários acampamentos, e Sittwe, na costa oeste do estado de Rakhine, em Mianmar.
Neste sábado (13), os moradores de Sittwe se reuniram com seus pertences e animais de estimação em carros, caminhões e outros veículos para seguirem para terrenos mais altos, segundo jornalistas da AFP.
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“Nossa avó está conosco e temos de cuidar dela”, diz Khine Min, de um caminhão que transporta seus familiares na estrada que leva à capital do estado.
A junta militar birmanesa supervisiona as retiradas de aldeias costeiras no estado de Rakhine, informou a imprensa oficial na sexta-feira (12), enquanto a Myanmar Airways International (MAI) anunciou que todos os seus voos para esse destino foram suspensos até segunda-feira (15).
Pânico
Em Bangladesh, as autoridades tomaram medidas para transferir os refugiados rohingya de "áreas de risco" para centros comunitários, enquanto milhares de pessoas fugiram da ilha turística de Saint Martin, localizada no caminho do Mocha.
"Este ciclone é a tempestade mais forte desde o ciclone Sidr", disse à AFP o diretor do Departamento Meteorológico de Bangladesh, Azizur Rahman.
Em novembro de 2007, Sidr devastado o sudoeste de Bangladesh, deixando mais de 3.000 mortos e bilhões de dólares em danos.
As autoridades de Bangladesh proibiram esses refugiados de construírem casas, temendo que se instalassem de forma permanente, em vez de voltar para sue país, de onde fugiram em 2017.
O furacão também deve causar chuvas que podem inundar aldeias costeiras e ribeirinhas.
As autoridades locais informaram que milhares de voluntários retiraram os rohingyas das "áreas de risco", levando-os para estruturas mais sólidas, como escolas.
O vice-comissário de refugiados de Bangladesh, Shamsud Douza, advertiu, por sua vez, que "todos os rohingyas em acampamentos estão em perigo".
O pânico também tomou conta dos quase 8.000 habitantes da ilha de San Martin (sul), uma das principais estâncias de veraneio do país, que está localizada no caminho da tempestade. Mil habitantes fugiram, conforme as autoridades.
As operações no maior porto marítimo do país, o Chittagong, foram suspensas, e as atividades de navegação e pesca, interrompidas.