Meio Ambiente

Microplásticos afetam sistema digestivo de aves marinhas, diz estudo

Animais confundem o lixo com comida o que obstrui o tubo digestivo

estudo publicado na revista Nature Ecology & Evolution mostra que microplásticos podem liberar também substâncias químicas que perturbam a flora intestinal dos pássaros.estudo publicado na revista Nature Ecology & Evolution mostra que microplásticos podem liberar também substâncias químicas que perturbam a flora intestinal dos pássaros. - Foto: Meunierd/Shutterstock.com

Os cientistas sabem há tempos que as aves marinhas ingerem microplásticos, ao confundi-los com comida e, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira (27), esses dejetos não só obstruem ou passam pelo estômago, mas também perturbam o equilíbrio de todo sistema digestivo.

Ao estudar o tubo digestivo de duas espécies de pássaros marinhos do Atlântico, o petrel-do-ártico e a cagarra-do-mediterrâneo, os pesquisadores constataram que as minúsculas partículas de plástico causam danos ao seu microbioma, o complexo conjunto de micro-organismos que inclui bactérias boas e más.

Quanto mais o pássaro ingerir microplásticos, maior a redução de bactérias gástricas, em sua maioria benéficas, proliferando, dessa forma, os agentes potencialmente patógenos.

O estudo publicado na revista Nature Ecology & Evolution mostra um aumento dos micróbios resistentes a antibióticos e revela que alguns tipos de microplásticos podem liberar também substâncias químicas que perturbam a flora intestinal dos pássaros.

Os microplásticos, surgidos a partir da decomposição de produtos plásticos no meio ambiente, proliferam no mundo, desde as fossas marinhas mais profundas até o monte Everest, e na maior parte das cadeias alimentares animais. No homem, foram detectados traços no sangue, no leite materno e na placenta.

A pesquisa confirma resultados anteriores segundo os quais a ingestão prolongada de microplásticos provoca o que se denomina disbiose intestinal, ou seja, o desequilíbrio entre as bactérias sadias e nocivas do sistema digestivo.

Os autores do estudo esperam que suas descobertas nos pássaros marinhos levem a estudos correlatos nos humanos.

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