SAÚDE

Microplásticos: em quais órgãos humanos as partículas já foram encontradas? Veja os riscos

A descoberta dos fragmentos em órgãos humanos preocupa cientistas do mundo inteiro

Partículas são liberadas a partir de plásticos de uso descartávelPartículas são liberadas a partir de plásticos de uso descartável - Foto: Pixabay

Até o momento, microplásticos já foram encontrados por cientistas em pulmões, corações e sangue humanos.

Estas partículas, com tamanhos que podem variar de 0,0007 a cinco milímetros de comprimento, são liberadas através de plásticos de uso único (como copos, garrafas e pratos), contaminando o ar, a água e os alimentos.

No sangue
Em 2022, um estudo realizado pela Universidade Livre de Amsterdam, na Holanda, identificou dois ou três tipos de plástico no sangue dos participantes da pesquisa.

Metade continha o plástico PET, como é chamado o polietileno tereftalato, enquanto um terço trazia poliestireno, comumente utilizado em outras embalagens, e um quarto mostrava polietileno, encontrado nas sacolas plásticas.

Dick Vethaak, principal autor da pesquisa, mencinou, em entrevista ao jornal The Guardian, que trabalhos anteriores mostraram que os microplásticos eram 10 vezes maiores nas fezes dos bebês em comparação com os adultos e que os bebês alimentados com garrafas plásticas engolem milhões destes fragmentos por dia.

No sangue humano, a esses materiais podem se prender à membrana externa dos glóbulos vermelhos e afetar sua capacidade de transportar oxigênio. Além disso, especialistas apontam para os riscos associados ao desenvolvimento de câncer, doenças cardíacas e demência, bem como problemas de fertilidade.

Nos pulmões
No mesmo ano, as partículas foram encontradas nos pulmões de pessoas vivas. Um estudo da Escola de Medicina Hull York, no Reino Unido, registrou a presença nos tecidos pulmonares de 11 dos 13 voluntários.

Os materiais com mais incidência foram o polipropileno, usado em embalagens plásticas e tubulações, e o PET (sigla para Polietileno tereftalato), usado em garrafas.

Segundo os pesquisadores responsáveis pela descoberta, já é possível considerar os microplásticos onipresentes em todo o planeta. O que torna a exposição humana inevitável, resultando em “uma preocupação crescente em relação aos perigos” para a saúde.

Coração humano
Neste ano, cientistas chineses encontraram resquícios das pequenas partículas no coração humano pela primeira vez.

Uma equipe de médicos do Hospital Anzhen de Pequim, capital da China, fizeram a coleta de amostras de sangue e tecido cardíaco de 15 pacientes que iriam passar por cirurgia no coração. Foram encontrados ao todo nove tipos de plástico em cinco tipos diferentes de tecidos cardíacos.

Ao utilizar laser e infravermelho foram descobertos milhares de pedaços individuais de microplástico com quantidades variando entre os pacientes. A pesquisa, publicada na revista Environmental Science & Technology, pontua que eles provavelmente foram inalados ou ingeridos.

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