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Microplásticos podem causar grave problema: comportamentos similares à demência; entenda

Estudo americano feito pela Universidade de Rhode Island com camundongos identificou alterações cerebrais nesses animais levantando grande alerta

Lixo plástico Lixo plástico  - Foto: Pexels

Microplásticos que chegam ao cérebro podem provocar alterações comportamentais semelhantes à demência em humanos. É o que aponta um estudo feito com camundongos realizado por pesquisadores da Universidade de Rhode Island, nos EUA, e publicado no periódico científico International Journal of Molecular Science.

São chamados de microplásticos partículas pequenas, com tamanhos que podem variar de 0,0007 a cinco milímetros de comprimento, que são liberadas através de plásticos de uso único (como copos, garrafas e pratos), contaminando o ar, a água e os alimentos. Cientistas já encontraram microplásticos em pulmões, corações e sangue humanos.

Neste estudo, os cientistas deram aos animais água que continha microplásticos feitos de poliestireno fluorescente durante três semanas. O grupo de controle recebeu um placebo. O comportamento dos camundongos foi observado em testes que incentivam o comportamento exploratório, chamados de "testes de campo aberto", e por "testes de claro-escuro", que avalia a aversão ou aderência dos roedores a ambientes iluminados.

Os resultados surpreenderam os pesquisadores. Eles observaram que até mesmo os animais mais jovens expostos aos microplásticos desenvolveram alterações comportamentais semelhantes à demência em humanos. Além disso, as partículas também provocaram mudanças nos marcadores imunológicos no fígado e no cérebro.

Os cientistas analisaram vários tecidos do corpo dos roedores — cérebro, coração, fígado, rim, baço, pulmões e trato gastrointestinal, além da urina e fezes — e encontraram microplásticos em todos os tecidos dos animais expostos às partículas.

As mudanças comportamentais mais significativas foram observadas em roedores mais velhos.

A presença de microplásticos no cérebro, alertam os cientistas, indica que a partícula pode ter a capacidade de atravessar a barreira que separa a corrente sanguínea do sistema nervoso central, podendo causar problemas neurocognitivos.

Apesar dos resultados significativos nos camundongos, ainda não é possível presumir que os microplásticos têm o mesmo efeito em humanos, ponderam os pesquisadores. No entanto, a conclusão do estudo é um passo importante na investigação dos impactos do microplástico.

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