Microsoft alerta para invasões da inteligência russa nas campanhas de Trump e Biden
Grupos operando na China e no Irã também realizaram ciberataques, disse empresa
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A Microsoft detectou uma série de ciberataques realizados por agentes estatais da Rússia, China e Irã contra as campanhas presidenciais de Joe Biden e Donald Trump, relatou a empresa nesta quinta-feira (10).
Em uma publicação no blog oficial da companhia, o vice-presidente de segurança de clientes, Tom Burt, afirmou que as operações são similares àquelas já reportadas pelas autoridades americanas.
"As atividades que estamos relatando hoje deixam claro que grupos estrangeiros intensificaram sua ofensiva visando as eleições de 2020, como havia sido previsto", escreveu ele.
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Os ciberataques foram conduzidos por três entidades, afirmou a Microsoft.
O Strontium, que opera a partir da Rússia, atacou mais de 200 organizações, incluindo campanhas eleitorais, ONGs, partidos e consultores políticos. Ele foi apontado pelo procurador-especial Robert Mueller, encarregado de investigar a interferência russa nas eleições americanas de 2016, como a principal organização responsável pelos ataques à campanha da democrata Hillary Clinton.
Naquele ano, hackers vazaram para o site WikiLeaks mais de 20 mil páginas de emails de John Podesta, então chefe da campanha de Hillary à Presidência, episódio que é visto como um dos fatores que contribuiu para a vitória de Donald Trump.
Um dos alvos do Strontium foi a SKDKnickerbocker, uma empresa de comunicação e estratégia eleitoral que trabalhou nos últimos dois meses com a campanha de Biden e de outros democratas. Sua vice-presidente, Hilary Rosen, não comentou o episódio.
Uma pessoa familiarizada com a resposta da consultoria aos ciberataques afirmou que os hackers não conseguiram obter acesso à rede corporativa.
Assim como em 2016, segundo a Microsoft, o grupo tem lançado campanhas de coleta dados de login para obter acesso a contas pessoais ou comprometê-las, presumivelmente para obter informações de inteligência. No entanto, a empresa alerta que os ciberataques se tornaram mais sofisticados e contam com novas técnicas para encobrir rastros.
O Strontium também teria atacado o Partido Popular Europeu, maior legenda do Parlamento da União Europeia, além de partidos britânicos -a companhia não especificou quais.
O grupo Zirconium, que tem a China como base, teria realizado milhares de ataques entre março e setembro deste ano, dos quais cerca de 150 foram bem sucedidos. Os alvos, segundo a Microsoft, foram indivíduos de alto escalão associados ao pleito americano, incluindo pessoas ligadas à campanha de Joe Biden e figuras importantes da comunidade internacional.
Já o Phosphorus, grupo iraniano que é monitorado pela Microsoft há anos, tentou, sem sucesso, invadir contas pessoais de membros do governo Trump e de sua campanha à reeleição.
A maioria dos ataques relatados nesta quinta foram barrados por ferramentas de segurança que vêm embutidas nos softwares da Microsoft, afirmou a empresa, e os clientes afetados foram notificados.
As embaixadas da China e da Rússia em Washington e a missão iraniana nas Nações Unidas, em Nova York, não responderam a pedidos de comentários. Todos os três governos negaram acusações de ciberespionagem em outras ocasiões.