Migrantes iniciam greve de fome no México para exigir trânsito livre aos EUA
Os migrantes, que fogem da violência e da pobreza em seus países, buscam chegar aos Estados Unidos para pedir abrigo
Migrantes bloqueados no México e ativistas que defendem seus direitos iniciaram nesta segunda-feira uma greve de fome na fronteira sul para exigir que as autoridades mexicanas lhes permitam transitar livremente para os Estados Unidos, informaram organizações privadas.
O protesto acontece na cidade mexicana de Tapachula, localizada na fronteira com a Guatemala, e busca que se autorizem milhares de haitianos e centro-americanos a continuarem sua jornada rumo ao norte, após a dissipação de várias caravanas na semana passada.
“O jejum é para mudar a situação da comunidade migrante, mudar a violência, para que Deus toque o coração das pessoas da migração", disse Irineo Mujica, diretor da organização Povos sem Fronteiras, que lidera a greve. Juntamente com Luis García, do Centro de Dignificação Humana, ele promove simultaneamente um amparo para que os migrantes possam deixar Tapachula, onde estão bloqueados há meses, e se deslocar pelo território mexicano.
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Vários migrantes solicitaram asilo ao México para evitar a sua expulsão, mas os trâmites avançam lentamente. Devido a essa situação, eles planejam sair em caravana até a Cidade do México na próxima quarta-feira e exigir do presidente esquerdista Andrés Manuel López Obrador uma solução.
Mujica disse esperar que essas ações “dêem consciência e clareza ao presidente de que bater nos migrantes não é a solução”. O Instituto Nacional de Migração (INM) suspendeu dois agentes por terem maltratado um migrante haitiano em uma das caravanas nos últimos dias.
Até o momento, 147.033 pessoas sem documentos foram presas em 2021, três vezes mais do que no mesmo período de 2020, quando foram registradas 48.398 prisões, segundo o INM. Os migrantes, que fogem da violência e da pobreza em seus países, buscam chegar aos Estados Unidos para pedir abrigo.
Para conter a migração ilegal, o governo mexicano destacou mais de 27.000 militares das Forças Armadas em suas fronteiras sul e norte.