Rio de Janeiro

Mil agentes fazem operação em comunidades do Rio da mesma facção envolvida em mortes de médicos

Equipes das polícias Militar e Civil se encontram no Complexo da Maré, a Vila Cruzeiro e na Cidade de Deus

Uma barricada em chamas na Vila CruzeiroUma barricada em chamas na Vila Cruzeiro - Foto: Instagram/Reprodução

Mil agentes das polícias Militar e Civil fazem uma operação simultânea, na manhã desta segunda-feira (9), em três comunidades do Rio: o Complexo da Maré e da Vila Cruzeiro, na Zona Norte da capital, e Cidade de Deus, na Zona Oeste. As regiões são controladas pela mesma facção criminosa envolvida nas mortes de três médicos num quiosque na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, na madrugada da última quinta-feira (5). As equipes visam a cumprir cem mandados de prisão. Quatro suspeitos foram detidos.

Dois helicópteros — um da Polícia Civil e outro da PM — foram atingidos por disparos quando sobrevoavam a Vila Cruzeiro, segundo o Bom Dia Rio, e tiveram que fazer pousos de emergência. Não há informações de feridos.

"Todos os integrantes dessa facção criminosa que têm mandado de prisão são alvos dessa operação. A atividade de inteligência, ao longo desse tempo que foi anunciada a Operação Maré, detectou a migração dessa organização criminosa para outras comunidades, reduto deles também. Então, decidimos aumentar o escopo de atuação com a Vila Cruzeiro e a Vila do João" afirmou o secretário de Polícia Civil, José Renato Torres.

Ele afirmou que "ninguém ficará impune":

"Não temos predileção por ninguém, todos serão atacados da mesma forma e na mesma intensidade."

De acordo com as primeiras informações, atuam na operação homens dos batalhões de Operações Especiais (Bope), de Polícia de Choque e da Coordenadoria de Operações Especiais (Core). Sobre as aeronaves atingidas, Torres dizem que elas passam por uma avaliação.

"Nossas aeronaves estão preparadas. Nossa tripulação é extremamente técnica e, seguindo o protocolo, elas são obrigadas a pousar para avaliar o dano causado. Estão sendo avaliadas para saber se voltarão a voar" disse.

O secretário de Polícia Civil afirmou que o diferencial dessas ações que acontecem nesta segunda é o uso de "muita tecnologia". Os agentes usam drones para fazer o mapeamento das regiões onde as equipes atuam.

"O governador Claudio Castro investiu pesado em tecnologia. Temos, só na Polícia Civil, seis drones voando, temos as câmeras de reconhecimento facial. A diferença dessa operação é o emprego de tecnologia" disse Torres.

O secretário da PM, Luiz Henrique Marinho Pires, afirmou que todos os agentes que participam da operação na Maré usam câmeras corporais:

"Todos os agentes empregados no cerco da comunidade da Maré estão usando câmeras corporais. Os drones possuem reconhecimento facial e leitura de placa. Temos imagens das câmeras portáteis e também das aeronaves. Então, tudo isso está interligado no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), com transmissão das imagens em tempo real."

Unidades sem funcionar
Na região do Complexo da Maré, as clínicas da família Jeremias Moraes da Silva, Augusto Boal e Adib Jatene suspenderam o funcionamento na manhã desta segunda-feira.

Já as clínicas da família Rodrigo Y Aguilar Roig, Klebel de Oliveira Rocha e Ana Maria Conceição dos Santos Correia, na região da Vila Cruzeiro, e a CF José Neves, na região da Cidade de Deus, não realizam atividades externas, como visitas domiciliares.

Segundo a Secretaria estadual de Educação, uma escola localizada na Maré suspendeu as atividades.

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