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Argentina

Milei quer fechar Banco Central, mas é possível um país sem a instituição?

Mesmo países que dolarizaram suas economias possuem BCs. Além de cuidar da política monetária, BCs têm a função de fiscalizar outras instituições financeiras

Novo presidente da Argentina, Javier Milei entrou na política há menos de três anosNovo presidente da Argentina, Javier Milei entrou na política há menos de três anos - Foto: Luis Robayo/AFP

Uma das principais promessas do presidente eleito da Argentina, Javier Milei, a de acabar com o Banco Central do país, dificilmente deve sair do papel.

As autoridades monetárias desempenham papel importante mesmo nas economias que integram blocos econômicos - casos de países europeus como Europa, França e Portugal - e que tem a condição de sua política monetária definida por um BC comum, como é o caso do Banco Central Europeu (BCE).

A proposta de acabar com o BC vem em conjunto com outras medidas econômicas polêmicas e de difícil execução, como a dolarização da economia argentina. Além da falta de apoio legislativo para aprovar a proposta, o país sequer teria reservas de dólares suficientes para executar a mudança, como destacam analistas.

Além de uma função monetária, os bancos centrais possuem outras responsabilidades, como a fiscalização das outras instituições financeiras que atuam no país, e do mercado financeiro.

E mesmo países que dolarizaram sua economia, como o Equador e El Salvador, mantém um banco central próprio.

Dessa forma, mesmo que a tentativa de dolarização de Milei tenha êxito, isso não deve representar o fim do BC. Nesse cenário, no entanto, o país ficará com menos ferramentas para lidar com crises externas.

Isso porque, a política monetária passa a ficar mais dependente das decisões do Federal Reserve, Banco Central americano. E o Fed não irá tomar suas decisões pensando na situação econômica dos países latino-americanos.

A rigidez também será sentida nas oscilações naturais dos preços de commodities, fator importante para as economias da América Latina, uma vez que o BC não poderá agir da forma como entender mais conveniente diante um cenário de preços elevados ou muito baixos.

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