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Milei reforma gabinete para priorizar 'diálogo político'

A mudança acontece em uma semana-chave para o governo na qual o Senado pode definir a data para o debate de uma lei de reformas impulsionada pelo Executivo

O presidente argentino Javier Milei, acompanhado pelo ex-chefe de Gabinete da Argentina, Nicolas Posse e pelo ex-ministro do Interior da Argentina, Guillermo FrancosO presidente argentino Javier Milei, acompanhado pelo ex-chefe de Gabinete da Argentina, Nicolas Posse e pelo ex-ministro do Interior da Argentina, Guillermo Francos - Foto: Luis Robayo / AFP

O presidente argentino, Javier Milei, removeu seu chefe de gabinete e nomeou em seu lugar Guillermo Francos, ex-ministro do Interior, que afirmou que chega para "dialogar com a política" enquanto a aprovação parlamentar de um pacote de reformas cruciais para seu governo segue travada.

“O presidente me escolheu porque a política argentina torna as coisas complicadas para ele”, disse Francos ao assumir o cargo após a partida de Milei para os Estados Unidos, em uma viagem para se reunir com empresários de tecnologia que durará até sexta-feira.

A mudança acontece em uma semana-chave para o governo na qual o Senado pode definir a data para o debate de uma lei de reformas impulsionada pelo Executivo e que já foi aprovada pelos deputados.
 

O governo tentou aprovar a chamada lei de Bases em janeiro, mas fracassou pelo pouco apoio legislativo e teve que retirá-la para insistir depois com uma versão reduzida a um terço de seu projeto original e sobre a qual o Senado busca realizar mudanças.

“Nosso espaço político, o governo, tem uma minoria parlamentar muito acentuada, o que significa que a decisão não é apenas do governo, mas também requer a vontade de outros setores políticos”, explicou Francos sobre as dificuldades do governo em um Congresso onde não tem maioria em nenhuma das Câmaras.

Francos, de 74 anos, é um negociador experiente com um tom moderado que contrasta com a rigidez e as excentricidades do presidente. Há meses ele vem trabalhando para abrir caminho para a aprovação parlamentar das reformas, que incluem mudanças na legislação trabalhista, na lei de aposentadoria, na privatização de empresas públicas e em incentivos controversos para o investimento estrangeiro.

“O presidente me pediu para dar um impulso à administração em combinação com a situação política”, disse ele em uma coletiva de imprensa.

Francos explicou que sua nomeação também envolve uma “reorganização” das tarefas do chefe de gabinete, que absorverá o Ministério do Interior, agora com o posto de secretário, e incluirá a criação de um novo ministério no qual será nomeado o economista Federico Sturzenegger, ex-chefe do Banco Central (2015-2018).

“É uma decisão do presidente que Federico se junte gabinete em um ministério cujo nome será resolvido nos próximos dias, mas que terá a ver com a modernização do Estado e a desregulamentação econômica”, disse ele.

Francos enfatizou que o presidente, economista de profissão, está concentrado em resolver a macroeconomia.

“É a primeira vez que há um presidente que é ministro da economia”, disse Francos. “Ele está absolutamente em sintonia com seu ministro da economia”, Luis Caputo, que o acompanha em sua viagem aos Estados Unidos, a quarta vez que ele visita o país desde que assumiu o cargo em dezembro.

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