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Milei vai aos EUA em busca de investimentos para a Argentina

A viagem é a quarta aos Estados Unidos e a sétima em sua agenda internacional

Javier Milei Javier Milei  - Foto: Luis Robayo/AFP

O presidente da Argentina, Javier Milei, viaja, nesta segunda-feira (27), aos Estados Unidos em busca de investimentos para o setor tecnológico de seu país, em sua sétima viagem ao exterior em quase seis meses de governo e em uma semana crucial para o avanço de seu pacote de reformas no Congresso.

Milei viaja acompanhado de seu ministro da Economia, Luis Caputo, nesse giro pelo Vale do Silício, em San Francisco, onde se reunirá com representantes das principais empresas tecnológicas, entre elas Open AI, Apple e Google.

O mandatário discursará na quarta-feira na Universidade de Stanford e se reunirá na quinta com o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, confirmou nesta segunda-feira o porta-voz presidencial, Manuel Adorni.

A viagem é a quarta aos Estados Unidos e a sétima em sua agenda internacional que não inclui reuniões com chefes de Estado ou visitas a países vizinhos.

Sua última viagem a Madri, semanas atrás, desencadeou a maior crise diplomática com a Espanha, que resolveu retirar "definitivamente" sua embaixadora na Argentina, depois que Milei se recusou a pedir desculpas após chamar a esposa do chefe de Governo espanhol, o socialista Pedro Sánchez, de "mulher corrupta", sem identificá-la claramente durante um comício da extrema direita naquele país.

Na sexta-feira, antes de voltar à Argentina, Milei participará em El Salvador da cerimônia posse do segundo mandato do presidente de direita Nayib Bukele, reeleito em fevereiro passado.

Milei se ausentará da Argentina em uma semana crucial na qual o Senado pode marcar a data do debate do pacote de reformas que o Executivo impulsiona e que já conta com a aprovação dos deputados.

As difíceis negociações dos quase 300 artigos que a lei inclui e um pacote de reforma fiscal que o acompanha frustraram os planos do governo de ter as duas iniciativas aprovadas antes de 25 de maio, data para a qual o presidente havia convocado a assinatura de um pacto em Córdoba (centro), que terminou em um ato simbólico.

A viagem ocorre em meio aos rumores da saída do chefe de Gabinete, Nicolás Posse, e de mudanças na estrutura do ministério com a possível entrada do economista Federico Sturzenegger, assessor do governo.

O presidente argentino voltará a viajar para Madri em 21 de junho para receber um prêmio de um instituto liberal.

Em meados de junho, Milei participará da reunião do G7 na Itália e no dia 16 participará em Lucerna, na Suíça, da cúpula sobre a paz convocada pelo presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.

Desde que assumiu o cargo, em 10 de dezembro, Milei desvalorizou em 54% a moeda nacional e aplicou um drástico ajuste econômico com o qual obteve superávit fiscal no primeiro trimestre.

Também desacelerou a inflação de 25,5% em dezembro (quando desvalorizou o peso) para 8,8% em abril, mas enfrenta uma profunda recessão em um contexto de mais de 50% da população na pobreza.

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