Milhares de ingídenas acampam em Bogotá e exigem reunião com governo colombiano
Os povos indígenas têm sido tradicionalmente deslocados de seus territórios na Colômbia pela violência dos grupos armados
Cerca de 2.000 indígenas provenientes do noroeste da Colômbia acampam nesta terça-feira (26) nos arredores de uma repartição do governo em Bogotá e pedem uma reunião com altas autoridades para discutir suas exigências sobre terras ancestrais e atendimento às suas comunidades.
Os indígenas embera montaram centenas de tendas em frente à Agência Nacional de Terras (ANT) e esperam que "o governo nacional os atenda", afirmou nesta terça-feira, em uma declaração em vídeo, a alta conselheira de vítimas, paz e reconciliação da prefeitura de Bogotá, que instou o governo central a "cumprir os compromissos assumidos com a comunidade (...), que envolvem moradia, educação, saúde", entre outras demandas.
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Em setembro, cerca de 700 indígenas embera deslocados que acampavam em um parque de Bogotá desde o fim de 2021 retornaram às suas comunidades após uma série de compromissos assumidos pelo governo do presidente Gustavo Petro de reassentá-los em seus territórios e atender às suas necessidades.
Nesta terça-feira, o diretor da ANT, Felipe Harman, anunciou a instalação de "uma primeira mesa de trabalho" com os representantes das comunidades e acrescentou que o governo tem "disposição para estabelecer o diálogo que permita superar as condições que causaram sua mobilização", escreveu em sua conta na rede social X.
Os povos indígenas têm sido tradicionalmente deslocados de seus territórios na Colômbia pela violência dos grupos armados. Petro, o primeiro presidente de esquerda na história da Colômbia, tenta colocar fim, por meio do diálogo, ao conflito armado de seis décadas que deixou 9,5 milhões de vítimas, quase 90% delas deslocadas.