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Crise no Peru

Milhares de manifestantes se reúnem em Lima para pedir renúncia da presidente

A polícia mobilizou 11.800 agentes em Lima para controlar os protestos marcados para a tarde desta quinta (19)

Manifestantes bloqueiam a ponte San Isidro, na entrada de Arequipa, no Peru, durante protestos pela renúncia da presidente Dina Boluarte, em 19 de janeiro de 2023Manifestantes bloqueiam a ponte San Isidro, na entrada de Arequipa, no Peru, durante protestos pela renúncia da presidente Dina Boluarte, em 19 de janeiro de 2023 - Foto: Diego Ramos / AFP

Milhares de manifestantes andinos devem protestar nesta quinta-feira (19) em Lima para reivindicar a renúncia da presidente do Peru, Dina Boluarte, depois que uma nova morte em confrontos no sul do país aumentou ainda mais a tensão.

A polícia mobilizou 11.800 agentes em Lima para controlar os protestos marcados para a tarde desta quinta.

"Temos 11.800 policiais nas ruas para controlar os tumultos, contamos com mais de 120 caminhões e 49 viaturas militares, além da participação das forças armadas", disse o chefe da Região Policial de Lima, general Víctor Zanabría. "A polícia está em alerta máximo", acrescentou.

Um confronto entre manifestantes e policiais em Macusani, no sul do Peru, deixou um morto e um gravemente ferido na quarta-feira (18), informou em comunicado o hospital San Martín de Porres, em Macusani, cidade andina na região de Puno, perto da fronteira com a Bolívia.

Com esta morte, sobe para 43 o número de óbitos desde o início da crise, em 7 de dezembro.

Segundo fotos divulgadas pela imprensa local, a delegacia da cidade foi incendiada durante os confrontos. Policiais foram resgatados de helicóptero para salvarem suas vidas durante o ataque à delegacia, disse o canal de televisão N, sem mostrar imagens.

"Tomar Lima"
Os manifestantes exigem a renúncia da presidente Dina Boluarte e novas eleições no Peru. Esperam "tomar Lima" e causar impacto.

"Em Lima, a luta terá mais peso. Quando nos reprimem nas nossas regiões, ninguém fala nada", disse Abdon Félix Flores, de 30 anos, camponês que se diz pronto "para dar a vida". Ele deixou Andahuaylas no domingo (15), epicentro das manifestações de dezembro, para chegar a Lima na terça-feira.

Até o momento, não foi possível saber exatamente o alcance da manifestação e quantas pessoas chegaram a Lima.

Embora o governo tenha decretado estado de emergência por 30 dias no domingo em Lima, Cuzco, Callao e Puno, o sindicalista Gerónimo López, que convocou a greve, disse que os organizadores não solicitaram autorização para a manifestação.

"Não há autorização da polícia. Nunca se pede autorização para uma manifestação social, não é uma obrigação que nos autorizem", afirmou, apesar de o estado de emergência suspender as liberdades de reunião e de circulação, além de permitir a intervenção do Exército para manter a ordem.

"É uma manifestação justa e democrática dos cidadãos que chegaram das regiões e também daqui, de Lima, onde pedem a renúncia imediata de Dina Boluarte, a convocação de novas eleições para este ano de 2023 e o fechamento do Congresso", acrescentou. "É uma greve cívica popular nacional com manifestações pacíficas de organizações de diferentes regiões, evitando qualquer ato de vandalismo", completou.

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