Bolívia

Milhares marcham na Bolívia em apoio ao presidente e para exigir que Congresso aprove leis

Manifestantes exigem aprovação de uma dezena de créditos internacionais no valor de cerca de 1 bilhão de dólares

 Trabalhadores da Central Sindical dos Trabalhadores da Bolívia caminham durante manifestação em apoio ao governo do presidente Luis Arce em La Paz Trabalhadores da Central Sindical dos Trabalhadores da Bolívia caminham durante manifestação em apoio ao governo do presidente Luis Arce em La Paz - Foto: Jorge Bernal/AFP

Cerca de 4.000 trabalhadores e camponeses bolivianos marcharam nesta terça-feira (10) em La Paz em apoio ao presidente Luis Arce e para exigir à oposição no Congresso que aprove leis de crédito que, segundo o governo, aliviarão parte da crise econômica.

"Esta é uma marcha pacífica, queremos que o Congresso trate dos projetos de lei que são de importância nacional", afirmou o líder da Central Obrera Boliviana (COB), Juan Carlos Huarachi, alinhado ao presidente Arce.

Huarachi acrescentou que "simplesmente, estamos pedindo (aos legisladores) que trabalhem" e que "se não quiserem legislar, que assumam seus suplentes e, se os suplentes não quiserem, vamos propor o fechamento do Parlamento".

Os trabalhadores e camponeses iniciaram sua marcha na cidade de El Alto e caminharam por várias horas, percorrendo cerca de 10 quilômetros até a praça de armas de La Paz, onde estão localizadas as sedes dos poderes Executivo e Legislativo.

Alguns manifestantes tentaram entrar à força no Congresso, mas outro grupo posicionado no local impediu que entrassem nas instalações legislativas.

Os manifestantes exigem que o bloco parlamentar leal ao ex-presidente Evo Morales (MAS), ex-aliado de Arce, e os dois partidos de direita e centro, aprovem de uma dezena de créditos internacionais no valor de cerca de 1 bilhão de dólares (R$ 5,62 bilhões).

O poder Executivo argumenta que essas leis ajudarão a enfrentar a crise econômica na Bolívia, afetada pela escassez de dólares no sistema financeiro e de combustíveis.

No total, os três blocos são maioria no Congresso bicameral, enquanto um grupo minoritário de legisladores se mantém leal ao presidente Arce.

Arce e Morales (2006-2019) estão em disputa para obter a candidatura da situação nas eleições presidenciais de agosto de 2025, embora apenas o ex-presidente tenha manifestado sua intenção de concorrer.

A falta de gasolina e diesel ocorre quase a cada dois meses na Bolívia. O governo subsidia a importação de combustíveis, para a qual destinou mais de um bilhão de dólares em 2023 e este ano (R$ 4,84 bilhões em valores de então e R$ 5,62 bilhões em cifras atuais).

A Bolívia compra o litro de gasolina de países vizinhos a 0,86 dólares (R$ 4,83) e o revende localmente a 0,53 dólares (R$ 2,98).

Este gasto resultou em uma profunda queda das reservas internacionais bolivianas.

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