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RIO DE JANEIRO

Milícia tem faturamento milionário em região onde mais de 20 ônibus foram incendiados

Por mês, a maior milícia do Rio, arrecada nos bairros de Santa Cruz, Campo Grande e Paciência, uma quantia que varia de R$ 5 milhões a R$ 10 milhões

Mais de 20 ônibus foram queimados em represália a morte de miliciano em Santa CruzMais de 20 ônibus foram queimados em represália a morte de miliciano em Santa Cruz - Foto: Cortesia

Região onde mais de 22 ônibus foram atacados e incendiados por ordem de milicianos, nesta segunda-feira (23), a Zona Oeste do Rio é palco de uma guerra envolvendo milicianos rivais que se arrasta há mais de dois anos.

Os bandos disputam territórios e a exploração de negócios irregulares que geram um faturamento milionário. Segundo estimativa da polícia, Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, que chefia a maior milícia do Rio, arrecada na área que engloba a maior parte dos bairros de Santa Cruz, Campo Grande e Paciência, uma quantia que varia de R$ 5 milhões a R$ 10 milhões mensais

O maior volume deste dinheiro vem do transporte alternativo. Só com cobrança de taxas de motoristas de vans, a milícia recebe de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões por mês, de acordo com investigações policiais. Entre negócios explorados pelos grupos paramilitares estão ainda a venda clandestina de sinal de TV a cabo e a cobrança de taxas de segurança. Na Zona Oeste, o grupo de Zinho disputa o controle de territórios de Santa Cruz com o bando do paramilitar Alan Ribeiro Soares, o Nanan. 

Já em Nova Iguaçu, e Seropédica, na Baixada Fluminense, o grupo de Zinho disputa o controle de negócios com os milicianos Danilo Dias Lima, o Danilo Tandera, Gilson Ignácio de Souza, o Juninho Varão, e o paramilitar conhecido como Tubarão. Nanan e os três últimos citados são ex-integrantes do grupo de Luís Antônio da Silva Braga. Eles faziam parte de uma mesma quadrilha, mas, em 2021, houve um racha no bando, após Wellington da Silva Braga, o Ecko, irmão de Zinho, que chefiava o grupo na ocasião, ter sido baleado e morto durante uma operação da Polícia.

Tandera teria perdido o controle de territórios e estaria temporariamente fora da Baixada Fluminense. Juninho Varão, de acordo com investigações, passou a controlar os negócios da milícia nos Bairros Valverde, Cabuçu, Palhada e Km32, em Nova Iguaçu. Já o miliciano Tubarão estaria controlando a maior parte dos negócios irregulares no município de Seropédica.

Nesta segunda-feira, policiais da Coordenaria de Recursos Especiais ( Core) e da Polinter trocaram tiros com Matheus da Silva Resende, o Faustão ou Teteus. Sobrinho de Zinho e apontado como o segundo na hierarquia da quadrilha chefiada pelo tio, Teteus foi baleado no confronto. Após o tiroteio, milicianos ordenaram o ataque e a queima de ônibus que circulam pela Zona oeste.

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