Militar da Marinha usou arma particular para matar vizinho negro em São Gonçalo
Viúva prestará novo depoimento na Delegacia de Homicídios de Niterói nesta quinta (10)
A arma apreendida com o sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra, que matou o vizinho na porta de casa, em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, pertence ao militar, pelo menos, desde outubro de 2020, quando foi emitido o Certificado de Registro de Arma (CRAF) de fogo.
A pistola de onde sairam os disparos feitos contra Durval Teófilo Filho é uma pistola Taurus, calibre .40 não patrimoniada. Embora em situação regular, de acordo com documentação apresentada pela defesa, a arma não pertence a Marinha.
Durval, um homem negro, foi morto com três tiros ao ser confundido com um assaltante pelo militar enquanto chegava no condomínio no bairro Colubandê, onde eram vizinhos. Na última sexta-feira (4), a Justiça decidiu, manter a prisão do militar e mudar a tipificação do crime de culposo para doloso.
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A defesa informou que avalia a decisão como prematura e aguarda uma possível nova análise na Vara Criminal de São Gonçalo para futuras medida e pretende impetrar um habeas corups para que o militar responda pelo crime em liberdade.
Nesta quinta-feira, a viúva Luziane Teófilo é aguardada na Delegacia de Homicídios de Niterói para prestar novo depoimento, onde deverá relatar às autoridades policiais ameaças indiretas que ela e a família estariam sofrendo. Para ela, a motivação do crime foi racismo.
— Ele atirou depois dele se identificar e ele não deu chance de defesa. Meu marido sempre andava com a mochila dele na frente porque tinha medo de assalto, então quando ele chegou ontem foi pegar a chave do portão na mochila e atiraram nele — contou a a viúva, Luziane Teófilo.