Militares colombianos matam cinco dissidentes das Farc
Os militares comemoraram "um golpe contundente" contra a Frente Jaime Martínez
As tropas do Exército da Colômbia mataram cinco dissidentes da guerrilha das Farc pertencentes a uma facção recentemente marginalizada das negociações de paz com o governo, anunciou a instituição nesta quarta-feira (29).
Os guerrilheiros foram mortos em "manobras ofensivas realizadas por soldados diante de um ataque indiscriminado contra a população" civil no departamento de Cauca (sudoeste), indicou um comunicado do Exército, que intensificou suas operações nesta região após diversos ataques dos rebeldes na semana passada.
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Os militares comemoraram "um golpe contundente" contra a Frente Jaime Martínez, uma facção de dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, marxistas) comandada por "Iván Mordisco", que rompeu com o processo de paz do governo do presidente de esquerda Gustavo Petro em meados de abril.
A operação, na qual três rebeldes também ficaram feridos e foram apreendidos seis fuzis, foi realizada na zona rural de Balboa, onde a imprensa local denuncia deslocamentos da população civil devido ao confronto entre as tropas de Mordisco e outra fação de rebeldes ex-Farc.
Ex-comandante médio das Farc, Mordisco se recusou a assinar os acordos de paz em 2016, e se distanciou da mesa de negociações argumentando o descumprimento do cessar-fogo acordado com os delegados de Petro.
Na semana passada, suas tropas mataram dois policiais e dois civis em uma ofensiva no conturbado departamento de Cauca, região de plantações e rotas do tráfico de drogas.
Segundo a inteligência militar, Mordisco comanda aproximadamente a metade dos 3.500 rebeldes que integram o chamado Estado-Maior Central (EMC). Os demais continuam participando nas negociações de paz com o governo.
Petro, o primeiro presidente de esquerda da história da Colômbia, enfrenta críticas da oposição, que denuncia uma deterioração na segurança pública com resultado da decisão do mandatário de estabelecer tréguas e iniciar os diálogos de paz com diversos grupos armados.