Militares que lideraram golpe fracassado na Bolívia são mantidos em prisão de segurança máxima
A polícia montou uma intensa operação de segurança para transferi-los de uma prisão em La Paz
O general boliviano Juan José Zúñiga e dois outros oficiais militares de alto escalão acusados de liderar o golpe fracassado contra o presidente Luis Arce foram mantidos em uma prisão de segurança máxima neste sábado (29) por um juiz que ordenou que eles cumprissem seis meses de prisão preventiva.
Zúñiga, ex-comandante do Exército; o vice-almirante Juan Arnez, ex-chefe da Marinha; e Alejandro Irahola, ex-chefe da brigada mecanizada do Exército, entraram na prisão de Chonchocoro, nos arredores de El Alto, um município próximo a La Paz, informou a AFP.
Na sexta-feira, os tribunais ordenaram que eles fossem mantidos na prisão de segurança máxima enquanto continuam as investigações sobre o levante armado de quarta-feira, quando tropas com tanques cercaram a sede do governo por várias horas antes de se retirarem.
A polícia montou uma intensa operação de segurança para transferi-los de uma prisão em La Paz.
"Em algum momento a verdade será conhecida", disse Zúñiga, algemado e sem colete à prova de balas, ao ser conduzido a uma viatura policial.
No momento de sua captura na última quarta-feira, o ex-chefe militar afirmou que foi Arce quem lhe pediu para preparar algo "para aumentar sua popularidade", o que foi negado pelo presidente boliviano.
Zúñiga e os outros dois oficiais enfrentam acusações de terrorismo e levante armado, pelos quais podem ser condenados a até 20 anos de prisão, de acordo com os promotores.
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Junto com eles, outros 18 militares da ativa, da reserva e civis foram presos em conexão com o golpe fracassado.
Neste sábado, o governo disse ter encontrado provas do plano dos militares de transportar forças especiais do departamento de Tarija, no sul do país, para La Paz, com a intenção de realizar o golpe contra Arce.
O general Zúñiga foi identificado desde o início como o principal responsável pela conspiração contra o presidente de esquerda da Bolívia, que assumiu o cargo em 2020 para um mandato de cinco anos.
O ex-comandante do Exército foi preso depois que tropas e veículos blindados foram retirados sem confrontos com as forças leais ao governo.
Durante a rebelião militar, 14 civis foram feridos por balas disparadas por soldados quando entravam na praça onde está localizado o palácio presidencial no centro de La Paz, de acordo com o governo.