Militares tinham páginas no Facebook para desacreditar desmatamento na Amazônia, diz relatório
Perfis foram removidos após investigação da empresa Meta, controladora da rede social
Um relatório da empresa Meta, controladora das redes sociais Facebook e Instagram, apontou a existência de uma rede de perfis falsos com a participação de militares brasileiros para desacreditar as notícias sobre desmatamento na Amazônia. A empresa removeu 14 perfis e nove páginas no Facebook, além de 39 contas no Instagram.
"Nós descobrimos essa rede como um resultado da nossa investigação sobre comportamento inautêntico coordenado suspeito. Embora as pessoas por trás disso tenham tentado esconder suas identidades e coordenação, nossa investigação descobriu laços com indivíduos ligados às Forças Armadas brasileiras", diz trecho do relatório.
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Segundo o documento, a rede de perfis falsos se originou no Brasil e mirava o público brasileiro. Ela começou a funcionar em 2020, abordando questões políticas, como reforma agrária e a pandemia de Covid-19. A atividade, porém, foi deixada de lado por alguns meses, tendo alcançado pouco engajamento. Em 2021, foram criadas páginas de organizações não-governamentais (ONGs) fictícias focadas em questões ambientais na Amazônia.
"Eles faziam publicações sobre desmatamento, inclusive alegando que nem tudo é nocivo, e criticando ONGs ambientais legítimas que se pronunciavam contra o desmatamento na Amazônia", diz o texto. Para tentar ganhar credibilidade, também compartilhavam conteúdos da grande mídia e da ONG Greenpeace.
Segundo o documento, havia 1.170 seguidores de uma ou mais páginas no Facebook, e 23.600 no Instagram.
O relatório não trata apenas do Brasil, mas também de outros comportamentos inautênticos e ameaças ao redor do globo. O documento engloba os três primeiros meses de 2022.