Mindfulness, uma aliada no controle da mente
Técnicas e exercícios da prática de origem budista ajudam a administrar a concentração e controlar melhor as emoções
O estresse do dia a dia, a rotina alterada, o volume de notícias - algumas ruins - a chegar de forma descontrolada, sobretudo durante o momento que atravessamos, com a pandemia do novo coronavírus, são elementos que contribuem para um desgaste mental gradativo. Para lidar com as dificuldades ou até mesmo administrar situações simples, é fundamental destinar a atenção necessária para elas. A meditação mindfulness pode ajudar nesse processo.
Em tradução simples, mindfulness significa “atenção plena” e, conforme explica Jacqueline Vasconcelos, instrutora de mindfulness no Medita Mundo (@medita.mundo), certificada pelo Mindfulness Trainings International (MTI), mindfulness não é um tipo de meditação, mas um estado da mente. Atribuído à Buda, registros apontam que as primeiras práticas de mindfulness já eram realizadas pelos indianos há cerca de dois mil antes de Cristo.
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Já mais atual, há 40 anos, o norte-americano Jon Kabat-Zinn, professor de medicina e diretor fundador da Clínica de Redução do Stress e do Centro de Atenção Plena em Medicina, em Massachusetts, desenvolveu um conjunto de técnicas aliando conhecimentos budistas e a prática de ioga na ciência médica ocidental para alcançar esse estado da mente. “Por se tratar de uma habilidade da mente humana, nós não atingimos esse estado por meio de uma receita. Mas existe um conjunto de técnicas e exercícios que nos auxiliam na manutenção do foco”, explicou Jacqueline.
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Segundo ela, quando se enxerga o mindfulness como um estudo, entendendo a meditação como ciência, é fácil encontrar as possibilidades de treinar e desenvolver essa habilidade. “É possível aplicar técnicas em exercícios simples e também nas situações mais naturais do nosso cotidiano, como por exemplo a nossa respiração. Treinar a atenção, destinando-a à respiração, é uma atividade que proporciona um relaxamento”, contou. As técnicas também se refletem em melhorias no controle da mente.
Jacqueline disse também que muitas pessoas olham de forma equivocada para a meditação, como se fosse um termo genérico, que representasse uma atividade única. “Pensam que é sentar, fechar os olhos e esvaziar a mente. Mas não é assim, porque isso não é possível.” “Apesar de não significar algo concreto, é possível definir a meditação como um estado de metaconsciência”, enfatizou.
Saber como a mente funciona e aprender a gerenciá-la contribui na promoção do equilíbrio emocional, que tem sido cada vez mais importante na vida das pessoas. Conforme Jacqueline, é possível enxergar melhorias em diversos âmbitos da vida a partir dos exercícios. “Estudos apontam que a prática diária, no mínimo 20 minutos, proporciona uma melhora na reorganização estrutural do cérebro e também fortalece o circuito da nossa atenção.”
Como o equilíbrio mental está diretamente relacionado à saúde emocional, o mindfulness, aliado a um acompanhamento psicológico, pode apresentar resultados positivos em quadros de depressão. “Há diversos estudos indicando que a meditação diminui o risco de recaídas em casos depressivos”, revelou Jacqueline.
Além da saúde da mente, a meditação, a partir da reorganização dos circuitos de atenção do cérebro, também ajuda a tornar os praticantes mais resistentes à dor física. “A partir do momento em que passamos a gerenciar nossa mente, devidamente organizada, conseguimos direcionar o nosso foco para algo que queremos. Não dedicar nossa energia nem a nossa atenção total a uma dor nos torna mais resistente a ela”, finalizou.
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