Mineradora canadense inicia demissão de mais de 4.000 funcionários no Panamá
A rescisão dos contratos dos trabalhadores tramitará "em paralelo" a um "programa de demissão voluntária"
A mineradora subsidiária da canadense First Quantum Minerals anunciou, nesta sexta-feira (8), que iniciou o processo para encerrar os contratos de mais de 4.000 trabalhadores, depois que uma decisão judicial proibiu a exploração da maior mina de cobre a céu aberto da América Central.
A empresa "foi obrigada a solicitar" ao Ministério do Trabalho "a autorização para a rescisão de contratos de mais de 4.000 colaboradores por motivos justificados de natureza econômica", disse a mineradora em comunicado.
A companhia, que na semana passada já havia anunciado a suspensão dos contratos de seus 7.000 funcionários, afirmou que alguns postos de trabalho serão mantidos para garantir "a segurança das instalações e evitar perdas ou danos ambientais dentro da área da mina".
A rescisão dos contratos de 4.000 trabalhadores tramitará "em paralelo" a um "programa de demissão voluntária" apresentado pela empresa em 3 de dezembro, segundo o comunicado oficial.
A First Quantum acrescentou que fez a solicitação ao Ministério do Trabalho depois de receber a ordem para interromper as operações em conformidade com a decisão da Corte Suprema de Justiça, que em 28 de novembro declarou inconstitucional o acordo com o governo que permitia a exploração da mina por 20 anos, renováveis.
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A empresa iniciou um processo de arbitragem internacional em Miami, nos Estados Unidos, sob o Tratado de Livre Comércio (TLC) entre Panamá e Canadá. Se o país centro-americano perder, poderá ter que pagar indenizações milionárias.
A mina produzia cerca de 300.000 toneladas de concentrado de cobre por ano desde 2019, que representavam 75% das exportações panamenhas e 5% do PIB do país. Além de seus 7.000 funcionários diretos, ela tinha cerca de 33.000 indiretos.
O contrato com a mineradora foi considerado inconstitucional após protestos massivos que duraram mais de um mês, convocados por professores, operários e ambientalistas, que argumentam que a mina causa danos graves ao meio ambiente.