Ministério da Saúde abrirá consulta pública para uso de medicamento contra a Covid-19 no SUS
Pasta receberá contribuições da sociedade civil sobre a incorporação do baricitinibe a partir desta terça-feira (15)
O Ministério da Saúde abrirá nesta terça-feira (15) consulta pública sobre a inclusão do anti-inflamatório baricitinibe no Sistema Único de Saúde (SUS) para tratar a Covid-19. Especialistas e população poderão participar até 24 de março no site da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec).
O comitê emitiu parecer favorável à incorporação do remédio na rede pública na última quinta-feira (10). Na avaliação da Conitec, o medicamento vendido sob o nome comercial Olumiant, da farmacêutica Eli Lilly, pode evitar mortes pela doença e tem bom custo-benefício.
Segundo a avaliação, técnicos indicam o fármaco para adultos hospitalizados que necessitam de oxigenação. a medicação pode oferecer novas possibilidades de tratamento contra a Covid-19. Já no caso da artrite, o remédio em forma de comprimidos beneficia quem precisa perder horas ou dia de trabalho para ser medicado via soro ou via injeção.
Dados de pesquisa realizada com pacientes graves com Covid-19, o anti-inflamatório diminuiu em 38% a mortalidade entre infectados. O remédio age, primordialmente, no controle do processo inflamatório provocado pelo coronavírus. O trabalho, patrocinado pela farmacêutica, foi conduzido em 12 centros clínicos de todo o Brasil. Ao todo, 1.525 voluntários participaram no país.
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“Apesar de a redução da progressão da doença não ter atingido significância estatística, o tratamento com o baricitinibe junto da terapia padrão (incluindo a dexametasona) reduziu a mortalidade significativamente”, escreveram autores do estudo internacional, liderado pela Universidade Emory, de Atlanta (EUA).
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que já havia concedido registro para o tratamento de artrite reumatoide e de dermatite atópica, nas formas moderada a grave, incluiu na bula o uso contra o coronavírus em setembro. O Food and Drug Administration (FDA), órgão regulatório norte-americano, também autorizou o medicamento.