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Saúde

Ministério da Saúde é alertado sobre possível escassez de dipirona injetável

Diminuição da oferta de medicamento à rede hospitalar preocupa gestores

Analgésico pode faltar em unidades de saúdeAnalgésico pode faltar em unidades de saúde - Foto: Karolina Grabowska/Pexels

Gestores municipais e entidades médicas relataram recentemente ao Ministério da Saúde dificuldades na aquisição de dipirona injetável para tratamento hospitalar. De acordo com as informações prestadas ao governo, a produção do analgésico é afetada pela falta de interesse econômico das farmacêuticas.

Neste domingo (3), a informação sobre os alertas foi publicada pela “Folha de S. Paulo” e confirmada pelo Globo. Os avisos foram feitos pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e por médicos.

Segundo os gestores, o insumo é importante para o atendimento de pacientes, pois não há outra substância “100% substituível”. A demanda pelo produto é alta e há décadas é prescrito pelos profissionais de medicina no país para alívio de dor, febre, além de outros sintomas.
 

Secretário-executivo do Conasems, Mauro Junqueira diz que um levantamento feito com cinco laboratórios brasileiros, fabricantes da dipirona, foi enviada ao governo e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Três grandes fabricantes pararam a produção. Nos demais havia uma alta demanda. O cenário aponta, portanto, para um risco de escassez.

"É um alerta que fizemos à Anvisa e ao Ministério da Saúde. Não são medicamentos de compra centralizada, cuja responsabilidade seja do governo federal. Mas seria (o caso) de regular o mercado, para que não falte na ponta o medicamento importante, injetável. Não está faltando, mas há uma dificuldade de produção e entrega. Então fica o alerta", disse Junqueira ao Globo.

Para Junqueira, seria importante Anvisa e Saúde se participarem de forma pró-ativa do processo. Além disso, seria importante chamar a indústria para falar do assunto. Uma das alternativas para lidar com o problema seria o governo incentivar a produção.

"Já tivemos o mesmo problema com a penicilina. Por não haver interesse (econômico) pelo baixo custo. Então, é preciso que o governo faça a sua gestão. Neste caso da penicilina, o problema foi resolvido e não tivemos mais problema. É preciso que o governo faça a intervenção", acrescentou.

Procurado pelo Globo, o Ministério da Saúde ainda não se manifestou sobre o assunto. Em nota enviada à “Folha de S. Paulo”, a Anvisa reforçou a necessidade de uma política pública específica.

“Muitas vezes, as empresas alegam desinteresse econômico em virtude da política de preço praticado no Brasil. Assim, apontamos que é urgente discutir o aprimoramento do atual modelo da regulação, buscando promover o equilíbrio entre os lucros e os preços acessíveis para a sociedade”, registrou a agência.

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