Ministra da Saúde atualiza cenário da dengue
País chega a quase 2 milhões de casos nos primeiros três meses do ano
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, atualiza nesta quarta-feira o cenário epidemiológico de dengue no país. Ontem, Trindade sinalizou em reunião com a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) que o número de cidades inclusas na campanha de vacinação contra a doença poderia ser ampliado.
A ministra afirmou que a revisão está sendo estudada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) e que a decisão não cabe a ela.
Segundo o painel de arboviroses do ministério, de janeiro até aqui foram registrados 1.937.651 casos prováveis de dengue e 630 mortes em decorrência da infecção. Outros 1.009 óbitos estão em investigação. O número de casos vêm demonstrando queda nas últimas semanas.
Leia também
• Dengue e gripe juntas podem pressionar sistemas e pede vacinação
• Saúde anuncia R$ 300 milhões para compra de medicamentos contra dengue
• Doses de dengue que não foram usadas serão redistribuídas
Ministra pressionada
Trindade e o presidente Lula já se reuniram duas vezes nesta semana. A primeira ocasião foi a reunião da cúpula do governo, na segunda-feira, entre o presidente e os ministros. O segundo encontro entre os dois aconteceu na terça-feira, no Palácio da Alvorada, que contou também com a presença do secretariado da Saúde.
Ambas as agendas foram marcadas por cobranças de Lula à titular. Conforme o GLOBO apurou, o presidente cobrou melhorias na comunicação da pasta, mais viagens de Trindade pelo país e resolução da crise nos hospitais federais do Rio de Janeiro.
Na semana passada, o GLOBO mostrou a pressão que Nísia vinha sofrendo de setores sindicais e da política por causa de uma portaria que daria mais poderes ao ex-diretor do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH) Alexandre Telles ao centralizar cargos e funções, como as compras, de seis hospitais federais do Rio.
A ministra exonerou Telles na segunda-feira, 18. Além dele, Trindade demitiu o secretário nacional de Atenção Especializada à Saúde, Helvécio Magalhães, anteriormente nomeado para ser uma espécie de interventor nas unidades federais. Helvécio foi citado em uma reportagem do Fantástico no último domingo como um dos responsáveis por apadrinhamentos e nomeações sem critérios técnicos nos hospitais.