INCLUSÃO

Ministra diz que a vacina contra Covid no PNI para menores de 5 anos é "direito das crianças"

Decisão do ministério para pessoas pequenas é alvo de crítica de opositores do governo

Ministra da Saúde, Nísia TrindadeMinistra da Saúde, Nísia Trindade - Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirma que incluir as vacinas contra a Covid-19 no Calendário Nacional de Vacinação para pequenos de 6 meses a 5 anos "é um direito das crianças" do país. A titular responde, nesta quarta-feira, a parlamentares da Comissão de Fiscalização da Câmara dos Deputados que criticam a decisão do ministério em incorporar o imunizante no Progama Nacional de Imunizações (PNI) a partir de 2024.

A decisão de incluir a vacina da Covid no PNI para menores de 5 anos e grupos com maior risco de desenvolver as formas graves da doença, como idosos, imunocomprometidos, gestantes e puérperas e pessoas com comorbidade, foi anunciada pela pasta no final de outubro. Segundo Trindade, a mudança considera o aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre as crianças no Brasil.

— Trata-se de dar à vacina contra a Covid o mesmo status das demais vacinas do PNI, porque é uma vacina eficaz e efetiva. Isso (a inclusão) considera os dados epidemiológicos existentes no país em relação à Covid. Foram identificados mais de 3 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave em menores de 1 ano, e mais de mil nos de 1 a 4 anos — afirmou.

Assim como o imunizante contra a Influenza (o vírus da gripe), as vacinas contra a Covid-19 serão remodeladas a cada ano. A incorporação no PNI segue diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O ministério alega que a vacinação infantil contra a Covid foi uma das mais impactadas pela disseminação de fake news sobre vacinas e a hesitação dos pais em imunizar os filhos. Conforme reportagem do GLOBO mostrou no início do mês, cerca de 9,6 milhões de crianças brasileiras entre 6 meses e 4 anos continuam sem tomar sequer a primeira dose do esquema vacinal contra Covid-19. O número representa 74% da população estimada para esta faixa etária no país, de 13,1 milhões.

As crianças com menos de 5 anos só foram incluídas na campanha vacinal em dezembro do ano passado, após uma consulta pública para manifestações da sociedade civil ser aberta pelo Ministério da Saúde.

A pasta abriu a consulta três meses após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar a autorização emergencial da vacina para bebês de 6 meses a 4 anos, aplicada no esquema de três doses e com formulação diferente daquela destinada às crianças maiores e aos adultos.

Em outubro de 2022, a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização do Programa Nacional de Imunizações (CTAI), composta por técnicos do Ministério da Saúde e especialistas externos, também recomendou a vacina para a faixa etária. Ainda assim, na época, a pasta deu o aval apenas para indivíduos com comorbidades.

A submissão do debate para a opinião pública foi alvo de críticas por especialistas, que na ocasião apontaram o caráter técnico da decisão e a maior demora em iniciar a vacinação com o processo. Segundo levantamento da Fiocruz, em 2022 o Brasil registrou uma morte por dia entre crianças de 6 meses a 5 anos devido à Covid-19.

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