AMÉRICA LATINA

Ministro argentino nega desvalorização do peso após Fernández desistir de reeleição: 'Delirante'

Áudio veio em meio à nova liquidação do peso, exercendo pressão sobre uma economia que está entrando em uma recessão devido à inflação acima de 100% e à pior seca já registrada

Presidente Alberto Fernández e novo  ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa Presidente Alberto Fernández e novo ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa  - Foto: Luis Robayo / AFP

O ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, dedicou sua sexta-feira a negar as especulações do mercado sobre a renúncia do presidente Alberto Fernández e uma desvalorização da moeda. A informação veio de uma mensagem de áudio que ele enviou no WhatsApp para uma conversa em grupo enquanto o peso, a moeda local, atingia mínimas recordes.

“É impressionante a quantidade de boatos. Passei o dia inteiro respondendo mensagens privadas de que não há desvalorização na segunda-feira, nem Alberto vai renunciar ou deixar o governo neste fim de semana”, disse Massa, no áudio de 27 segundos. “É tudo delirante, quase doentio e, além disso, é tudo criado no mercado.”

A assessoria de imprensa de Massa se recusou a comentar. Massa enviou a mensagem de voz nesta sexta-feira, de acordo com três fontes. Horas antes, Férnandez confirmou que não concorreria a um segundo mandato nas eleições presidenciais deste ano, mas disse que terminaria seu mandato até que um novo governo tomasse posse em dezembro.

Ministro nega renúncia do presidente

A decisão de Fernandez de não buscar um segundo mandato mostra “sua generosidade”, escreveu Massa em um tweet na tarde de sexta-feira, observando que “responsabilidade e unidade são o único caminho”. O próprio Massa é amplamente considerado um potencial candidato presidencial.

O áudio revelador de Massa veio quando uma nova liquidação do peso está exacerbando a pressão sobre uma economia que já está entrando em uma recessão profunda devido à inflação acima de 100% e à pior seca já registrada que está arruinando as principais exportações de commodities, uma tábua de salvação para a Argentina.

O peso perdeu 13% de seu valor em uma taxa de câmbio paralela comumente usada nesta semana, seu pior período desde o início de uma crise política em julho passado. A taxa paralela, conhecida como blue-chip swap, fechou sexta-feira perto de 455 pesos por dólar, muito acima da taxa oficial de 219 por dólar que é controlada pelo governo.

A diferença cada vez maior entre a taxa paralela e a oficial está revivendo as especulações de que o governo terá que desvalorizar a taxa oficial - algo que Massa e Fernandez prometeram nunca fazer - ou arriscar o agravamento da crise.

A liquidação mais recente na Argentina ocorreu depois que dados de inflação em 14 de abril mostraram que os preços subiram mais do que o esperado a um ritmo anual de 104%. Para piorar a situação, as vendas de dólares pelos exportadores de soja desaceleraram esta semana, apesar da taxa de câmbio mais alta oferecida a eles, privando o governo da tão necessária moeda forte.

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