Ministro da Defesa da Indonésia reivindica vitória nas eleições presidenciais
Primeiras projeções deram a Subianto mais de 55% dos votos
O atual ministro da Defesa, Prabowo Subianto, com um passado militar controverso, reivindicou nesta quarta-feira (14) "vitória no primeiro turno" das eleições presidenciais na Indonésia, depois que as primeiras pesquisas lhe deram vantagem.
"Todas as contagens, todas as pesquisas... mostram que (a dupla) Prabowo-Gibran venceu em um único turno. Esta vitória deveria ser uma vitória para todos os indonésios", declarou o general reformado, em um discurso em um enorme salão de Jacarta, juntamente com Gibran Rakabuming Raka, filho mais velho do atual presidente e candidato a vice-presidente.
As primeiras projeções deram ao Subianto, já grande favorito antes das eleições, mais de 55% dos votos. Isso o coloca em uma posição em que poderia ser eleito no primeiro turno.
Embora reivindique a vitória para suceder Joko Widodo em outubro à frente do terceiro país democrático do mundo em termos de população, o general reformado disse que esperaria "pelo resultado oficial" da comissão eleitoral.
"Acreditamos que a democracia indonésia funciona bem. O povo decidiu", disse ele à imprensa, antes de pedir unidade do país.
"Agora que a campanha acabou, temos que nos unir novamente", acrescentou.
Tudo parece indicar que este general reformado de 72 anos, que ocupou um alto cargo militar no final da ditadura de Suharto há 25 anos e que é acusado de violar os direitos humanos, assumirá as rédeas da principal economia do Sudeste Asiático.
O ministro da Defesa supera Anies Baswedan, ex-governador de Jacarta, e Ganjar Pranowo, ex-governador de Java Central, nas primeiras projeções.
Embora os resultados oficiais só sejam conhecidos em março, os analistas estimam que, segundo as projeções, Subianto não precisará de um segundo turno em junho.
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"Depende de quais áreas vêm as projeções, mas com esses números, tenho quase certeza de que não haverá um segundo turno", disse Justin Hastings, professor de relações internacionais na Universidade de Sydney.
Nas suas quintas eleições desde o fim da ditadura em 1998, quase 205 milhões de pessoas foram chamadas às urnas para eleger o seu novo presidente, deputados e representantes locais.
"Um líder decidido"
Subianto chegou como claro favorito após uma campanha de retórica populista na qual se comprometeu a seguir as políticas do presidente em fim de mandato Joko Widodo, que não poderia concorrer à reeleição.
Widodo desfruta de alta popularidade após dois mandatos de crescimento econômico constante, exceto por um breve período na pandemia, e relativa estabilidade política nesta jovem democracia.
Sob sua liderança, a Indonésia iniciou um programa de desenvolvimento e construção de infraestrutura e de nacionalização de recursos para transformar o maior produtor mundial de níquel em um ator-chave na cadeia de abastecimento de veículos elétricos.
"Ele tem experiência militar. Acredito que será um líder determinado", disse Afhary Firnanda, de 28 anos, que votou em Jacarta, a respeito de Subianto.
"Quero ter um líder que mantenha a democracia", afirmou Debbie Sianturi, uma consultora de 57 anos.
Grupos de defesa dos direitos humanos estão preocupados com um retrocesso nas liberdades se o ex-general vencer, acusado de ordenar o sequestro de ativistas nos últimos anos da ditadura de Suharto.
Subianto foi expulso do Exército em 1998 por esses sequestros, que ele sempre negou e pelos quais nunca foi formalmente acusado.
"Sempre nos preocupamos com seu compromisso com a democracia", disse Yoes Kenawas, pesquisador da Universidade Católica Atma Jaya, em Jacarta.
"Se ele vencer as eleições, estas questões persistirão", acrescentou.
Desde então, o ex-general restaurou sua imagem, em parte graças a uma eficaz campanha midiática dirigida aos jovens, na qual ele é apresentado como um "avô adorável".
Outro fator-chave de sua popularidade é ter o filho mais velho de Widodo, Gibran Rakabuming Raka, como candidato a vice-presidente de sua chapa.
Alguns especialistas jurídicos e ONGs acusaram Widodo de usar indevidamente fundos governamentais em favor de seu ministro, algo rejeitado por sua equipe.