Guerra

Ministro da Defesa da Ucrânia diz que 'ação principal' da contraofensiva ainda não começou

Em entrevista ao Financial Times, Oleksiy Reznikov disse que operações até agora são amostra do que virá e que principais brigadas ainda não foram mobilizadas para combates

Ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksiy Reznikov, participa de reunião na sede da Otan, em BruxelasMinistro da Defesa da Ucrânia, Oleksiy Reznikov, participa de reunião na sede da Otan, em Bruxelas - Foto: Simon Wohlfahrt / AFP

A "ação principal" na contraofensiva da Ucrânia contra a invasão russa ainda não começou, afirmou o ministro da Defesa do país, Oleksiy Reznikov, em entrevista ao jornal britânico Financial Times. Reznikov refutou as análises de que a operação tão amplamente anunciada ocorre em ritmo lento e com conquistas modestas e defendeu que, até agora, as forças ucranianas só deram uma amostra do grande ataque que ainda virá.

— Quando acontecer, você verá, todos vão ver tudo — disse o ministro ucraniano ao jornal, garantindo que a liberação de alguns povoados em áreas ocupadas pela Rússia, nas últimas semanas, “não são o principal acontecimento” da contraofensiva.

Reznikov também confirmou que os principais batalhões de suas forças de reserva, incluindo brigadas treinadas recentemente no ocidente e equipadas com taques e blindados modernos fornecidos pela Otan, ainda não foram mobilizados na operação.

Ao comentar a rebelião dos mercenários do Grupo Wagner, no fim de semana, contra as forças de defesa de Moscou, o ministro ucraniano afirmou que ficou clara a fragilidade do governo do presidente russo, Vladimir Putin.

— É como uma bola de neve. Quanto maior fica, mais rápido rola — comentou ao Financial Times, em referência ao que considera capacidades autodestrutivas do regime russo.

No entanto, o ministro foi cauteloso ao avaliar as consequências dos eventos ligados ao Wagner para a moral dos soldados no campo de batalha.

— Quando a situação esquentar, veremos a resiliência deles — afirmou.

De acordo com o jornal, Reznikov, que foi paraquedista na antiga União Soviética, defendeu a confiança nos recursos disponíveis pelas forças ucranianas.

— Temos que acreditar em nossas forças de segurança e de defesa, assim como em nossos aliados fornecendo armamentos — considerando estes elementos mais “previsíveis” do que a situação na Rússia.

Na semana passada, a vice-ministra da Defesa ucraniana, Hanna Maliar, já havia sinalizado que os “principais eventos” da contraofensiva estavam “à frente de nós” e que “algumas das reservas vão ser ativadas mais tarde”.

Pelos cálculos do Ministério da Defesa do Reino Unido, a contraofensiva ucraniana já recuperou 300 km2 dos territórios que haviam sido ocupados pela Rússia — o dobro do que foi anunciado oficialmente por Kiev, apurou o Financial Times. Reznikov informou que o exército ucraniano fez “alguns ganhos” e que segue impondo grandes perdas às forças russas, tendo “degradação como ferramenta e liberação das terras ucranianas como meta”.

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