GUERRA

Ministro da Defesa de Israel: soldados ''muito em breve'' entrarão em ação na fronteira com o Líbano

Yoav Gallant sinalizou que posições na região serão reforçadas, em meio a temores de um conflito com o Hezbollah e a novos ataques do grupo libanês

Veículo do exército de Israel próximo à fronteira com o LíbanoVeículo do exército de Israel próximo à fronteira com o Líbano - Foto: Jalaa Marey / AFP

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou nesta segunda-feira (29) que as tropas terrestres do país entrarão em ação “muito em breve” na fronteira com o Líbano, no momento em que as trocas de disparos entre os israelenses e o Hezbollah se intensificam, assim como os riscos de um confronto direto na região.

— Nós reforçamos nossas posições no Norte, e também liberaremos progressivamente os reservistas para que possam se preparar e estarem prontos para as próximas ações — disse Gallant em um vídeo divulgado pelo ministério. — E muito em breve eles serão mandados para a ação.

Desde os ataques de 7 de outubro do grupo terrorista Hamas contra Israel, que deixaram cerca de 1,2 mil mortos, o Hezbollah, grupo político-militar libanês também apoiado pelo Irã, vem realizando disparos com foguetes e artilharia contra o Norte de Israel, em atos considerados de solidariedade com a organização palestina. Em resposta, Israel também lançou seus próprios ataques contra posições dentro do Líbano.

Desde o início da guerra, 200 pessoas morreram em solo libanês, incluindo combatentes do Hezbollah e civis, e 15 do lado israelense, sendo nove soldados e seis civis.

No começo do mês, no maior ataque israelense contra o território libanês desde 2006, o vice-líder do braço político do Hamas, Saleh al-Arouri, foi morto por um drone em Beirute. Na ocasião, o governo do Líbano acusou Israel de tentar arrastar seu país para uma guerra regional mais ampla. O governo israelense não assumiu a autoria do ataque, mas afirmou que a morte de al-Arouri foi “um ataque cirúrgico contra a liderança do Hamas”.

Nesta segunda-feira, mesmo dia dos comentários de Gallant, foram registrados ao menos 12 ataques do Hezbollah contra posições israelenses — ao menos três disparos caíram em áreas descampadas nos arredores de Kiryat Shmona, de acordo com o Exército. Em resposta, um posto de observação do Hezbollah e outras “infraestruturas” do grupo foram alvejados, também de acordo com os militares de Israel.

Apesar da afinidade do Hezbollah com o Hamas e do grande número de foguetes lançados contra Israel, não há sinais claros de que o grupo libanês pretenda se envolver no conflito centrado hoje em Gaza. As lembranças da guerra de 2006, que destroçou boa parte da infraestrutura libanesa, são palpáveis até hoje em um país mergulhado em uma crise sem fim, que envolve inflação fora de controle, empobrecimento da população e divergências políticas que se arrastam há anos sem solução.

Na sexta-feira, durante uma sessão para aprovar o esboço do orçamento de 2024, o premier interino Najib Mikati reiterou que não quer uma nova guerra em seu país, destinando críticas aos istaelenses.

— Desde o primeiro dia da guerra em Gaza, tenho dito que a decisão sobre entrar em guerra não estava em nossas mãos, mas sim nas de Israel — disse Mikati, defendendo ainda negociações para um cessar-fogo duradouro em Gaza. — A abordagem diplomática é o caminho real e garantido para conseguir uma estabilidade permanente, a começar pelo fim da agressão contra Gaza e por uma solução justa para a causa palestina, revivendo a iniciativa de Dois Estados. Isso vai garantir direitos justos e amplos aos palestinos, além de segurança sustentável para os israelenses.

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