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INTERNACIONAL

Ministro da Defesa de Israel viaja à França por escândalo do software de espionagem Pegasus

Presidente Emmanuel Macron pode ter sido alvo de espionagem

Grupo NSO, em Herzliya, perto de Tel AvivGrupo NSO, em Herzliya, perto de Tel Aviv - Foto: Jack Guez / AFP

O ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, viajará esta semana à França para informar as autoridades deste país sobre os últimos acontecimentos a respeito da NSO, empresa de segurança cibernética israelense cujo software Pegasus é suspeito de ter sido utilizado para espionar o presidente Emmanuel Macron.

"Na quarta-feira, o ministro da Defesa, Benny Gantz, viaja à França para se reunir com a ministra das Forças Armadas, Florence Parly, e ter um diálogo sobre questões estratégicas e segurança", anunciou o ministério em um comunicado.

"Vai informar a ministra sobre o tema NSO", acrescenta a nota. 

"A ministra das Forças Armadas aproveitará esta reunião prevista há muito tempo para saber qual conhecimento o governo israelense possuía sobre as atividades dos clientes de NSO e quais dispositivos lançou - e quais serão lançados no futuro - para prevnir um mau uso dessas ferramentas", informaram no entorno Florence Parly.

O programa de espionagem Pegasus está no centro de um escândalo internacional que levou a chanceler alemã Angela Merkel a exigir mais restrições na venda de tais sistemas.

A ONG Repórteres Sem Fronteiras exigiu uma moratória sobre o uso do software.

As organizações Forbidden Stories e Anistia Internacional obtiveram uma lista de 50.000 números de telefones, selecionados por clientes da NSO desde 2016 para uma possível vigilância, e a compartilharam com um consórcio de 17 veículos de imprensa, que divulgaram a existência da mesma na semana passada.

De acordo com as informações do consórcio de imprensa, Pegasus espionou o telefone de pelo menos 180 jornalistas, 85 ativistas dos direitos humanos e 14 chefes de Estado, incluindo o presidente francês Emmanuel Macron, acusações que a NSO nega.

Acusado regularmente de fazer o jogo dos regimes autoritários, a NSO garante que o software Pegasus é usado apenas, em teoria, para obter informações sobre redes criminosas ou terroristas.

O Parlamento de Israel criou uma comissão para investigar as acusações de que alguns Estados "utilizaram de maneira indevida" o Pegasus para espionar personalidades, informou uma fonte do governo.

O Pegasus permite infiltrar em softwares e por isso é considerado um produto ofensivo de cibersegurança e, portanto, deve obter o sinal verde da Agência de Controle de Exportações Militares (DECA), vinculada ao ministério da Defesa, para ser vendido ao exterior.

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