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GUERRA NA UCRÂNIA

Ministros da UE insistem que sanções contra a Rússia funcionam

É o que temos que fazer e vamos continuar", afirmou o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell

O chefe de política externa da União Europeia, Josep BorrellO chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell - Foto: Frederick Florin / AFP

Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) insistiram nesta segunda-feira (18) que as sanções contra a Rússia pela invasão na Ucrânia estão funcionando, apesar da ameaça sobre o fornecimento de energia para o bloco dos 27.

Na semana passada, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, criticou essa política e afirmou que Bruxelas prejudica mais a economia dos países europeus do que Moscou. 

Nesta segunda-feira, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, rejeitou esta afirmação. "Alguns líderes declararam que as sanções eram um erro, um equívoco, eu não acho que sejam um erro, é o que temos que fazer e vamos continuar", afirmou Borrell.

Ao chegar em Bruxelas, o ministro das Relações Exteriores de Luxemburgo, Jean Asselborn, rejeitou a ideia de levantar as sanções. 

"Isso seria fatal. Nossa credibilidade está em jogo", indicou. "Em tempos normais, teríamos usado a diplomacia, a ONU, teríamos tentado consertar isso. Mas não estamos em tempos normais", disse. 

"Estamos em uma época em que as leis da selva imperam", acrescentou Asselborn. Borrell afirmou que as sanções "funcionam". 

"Estão atingindo fortemente Vladimir Putin e seus cúmplices e seus efeitos sobre a economia russa estão aumentando", declarou ele em uma publicação neste fim de semana. 

Dúvidas sobre a "boa fé" da Rússia

Os líderes europeus estão preocupados que a opinião pública rejeite as sanções em um momento em que o aumento dos preços do combustível, gás e eletricidade na Europa atingem duramente as famílias.

A guerra lançada pelo Kremlin na Ucrânia teve uma repercussão sobre os cidadãos, que enfrentam preços "muito altos das commodities e da energia", reconheceu a nova ministra belga das Relações Exteriores, Hadja Lahbib.

Moscou bloqueia os portos ucranianos e começou a reduzir suas entregas de gás aos países da UE, dos quais alguns, como Alemanha e Itália, são muito dependentes. "A Rússia tenta nos desmoralizar", afirmou Anna Lührmann, ministra alemã dos Assuntos Europeus. 

Berlim teme o bloqueio do gasoduto Nordstream, pelo qual passa um terço dos 153 bilhões de metros cúbicos de gás adquiridos anualmente pela UE. O oleoduto se encontra atualmente em manutenção. 

Mais gás do Azerbaijão

A UE está buscando outros fornecedores. Um acordo permitirá que as importações do Azerbaijão sejam duplicadas "em alguns anos", anunciou nesta segunda-feira a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, durante uma viagem a Baku.

O Azerbaijão forneceu oito bilhões de metros cúbicos à UE em 2021. Além disso, a Rússia mantém um bloqueio das exportações de cerca de 20 milhões de toneladas de grãos da Ucrânia e também "queima os cultivos" do país, lamentou Asselborn. 

A Turquia e a ONU negociam um acordo entre os dois países beligerantes e nesta semana está programada uma reunião em Istambul. 

Borrell afirmou nesta segunda-feira que a retomada das exportações de grãos da Ucrânia é uma "questão de vida ou morte".

Assim mesmo, afirmou que tem "esperança" de que se chegue a um acordo, apesar de expressar dúvidas sobre a "boa fé da Rússia". 

Em Bruxelas, os ministros europeus defenderam continuar o apoio financeiro e político à Ucrânia, além do material militar. 

Também entraram em acordo sobre novas medidas apresentadas na sexta-feira pela Comissão Europeia contra Moscou, entre elas, um embargo ao ouro russo, anunciou a chefe da diplomacia francesa, Catherine Colonna.

Os ministros também aprovaram o desbloqueio de um quinto pacote de 500 milhões de euros de um plano para financiar equipamento militar e armas para a Ucrânia. 

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