CLIMA

Ministros de França e Alemanha vão abordar subsídios verdes com os EUA

Objetivo é discutir o impacto que a Lei de Redução da Inflação (IRA, na sigla em inglês) tem na indústria europeia

Robert Habcek e  Bruno Le MaireRobert Habcek e Bruno Le Maire - Foto: Brendan Smialowski / AFP

Os subsídios adotados pelos Estados Unidos na indústria verde no âmbito do plano climático do presidente Joe Biden preocupam a Europa, e os ministros da economia da França e Alemanha viajaram a Washington para defender uma "concorrência leal".

O objetivo é discutir o impacto que a Lei de Redução da Inflação (IRA, na sigla em inglês) tem na indústria europeia. A IRA prevê 370 bilhões de dólares em investimentos na luta contra o aquecimento global, particularmente para as empresas que fabricam nos Estados Unidos baterias para carros elétricos e painéis solares.

Os Estados Unidos desejam reduzir a dependência das importações chinesas, mas a União Europeia (UE) se preocupa que os subsídios americanos propiciem a transferência de empresas europeias para fora do bloco.

Bruxelas pressiona os Estados Unidos a isentarem as empresas europeias, mas um grupo de trabalho conjunto para abordar as preocupações da UE apresentou poucos resultados.

"Estamos aqui, em Washington, com meu amigo Robert Habcek para defender os interesses da indústria europeia", disse o ministro francês da Economia e Finanças, Bruno Le Maire, durante coletiva de imprensa conjunta com sua contraparte alemã.

"Quanto antes conseguirmos construir uma indústria verde forte dos dois lados do Atlântico, melhor será para o clima. Mas isso pressupõe estabelecermos regras de concorrência justa entre Estados Unidos e Europa", destacou.

Por enquanto, as negociações continuam sob a liderança da Comissão Europeia e Habeck acredita que ele e Le Maire podem contribuir para encontrar novas soluções.

"É um sinal de que as duas maiores economias da Europa, Alemanha e França, estão unidas nisso", disse Habeck a jornalistas em Washington.

A visita ocorre depois da viagem do presidente francês, Emmanuel Macron, a Washington, em dezembro, durante a qual Biden disse que a lei IRA nunca teve a intenção de prejudicar os aliados dos Estados Unidos.

Espera-se que os ministros europeus enfatizem a necessidade de definir a concorrência leal em termos de reciprocidade, transparência e cooperação.

Le Maire disse ser necessária uma "transparência total sobre o nível de subsídios e créditos fiscais" outorgados pela IRA, e que se inclua o "máximo de componentes europeus" no âmbito da lei para que possam se beneficiar dos subsídios aplicados aos produtos americanos.

Também mencionou a possibilidade de uma linha direta em nível ministerial, quando estiverem em jogo investimentos estratégicos nos Estados Unidos e na Europa.

Le Maire e Habeck vão se reunir com o principal assessor de política econômica da Casa Branca, Brian Deese, e com o assessor adjunto de Segurança Nacional, Mike Pyle. Em seguida, vão falar com a secretária de Comércio, Gina Raimondo, e a secretária do Tesouro, Janet Yellen, antes de se reunirem com o senador democrata, Joe Manchin, que foi chave na aprovação da IRA.

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