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Especiaria

Mito ou verdade: A noz-moscada é alucinógena?

Especiaria tem um composto chamado miristicina, que, no corpo humano, pode agir semelhante a um alucinógeno natural

Noz-moscadaNoz-moscada - Foto: Freepik

Presente em muitos armários de cozinha e usada para apimentar carnes e molhos, além de dar um aroma mais doces para alguns alimentos, a noz-moscada pode ter um efeito pouco conhecido entre seus consumidores: em grandes doses ela pode ser um alucinógeno perigoso.

Segundo a história, os cruzados consumiam sementes de noz-moscada na tentativa de ficarem chapados enquanto viajavam longas distâncias — o objetivo era superar o tédio das longas marchas e a dor nos pés que as acompanhava. A especiaria tem um composto chamado miristicina, que serve como inseticida e acaricida natural (algo tóxico para ácaros e carrapatos), mas no corpo humano pode agir de forma semelhante à mescalina (um alucinógeno natural encontrado em um tipo de cacto).

Isso ocorre porque ele se decompõe em compostos que afetam o sistema nervoso central, aumentando o neurotransmissor norepinefrina, um hormônio que aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial. Se consumida em quantidades suficientemente elevadas, esta forma de intoxicação por noz-moscada pode produzir alucinações, náuseas, confusão e tonturas, podendo até levar a complicações mais graves.

Especialistas, entretanto, afirmam que é preciso ingerir doses excessivas da noz-moscada para sentir esses efeitos — a quantidade habitual encontrada na alimentação não tem perigo. De modo geral, acredita-se que é necessário consumir cerca de 5 gramas, ou duas colheres de chá, de noz-moscada para sentir os efeitos psicotrópicos.

Intoxicação por miristicina
Os primeiros sintomas de intoxicação por miristicina vem como uma ressaca muito potente que deixará a pessoa mal por dois dias ou mais. Pode causar convulsões e palpitações cardíacas. Em casos mais graves, pode levar o paciente a coma e até morte — especialmente se usado em combinação com outras drogas.

A única diferença entre consumir, fumar ou inalar é a velocidade com que os efeitos psicotrópicos se manifestam. A ingestão pode ser mais lenta, porém, é a menos letal do que as outras alternativas.

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