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Caso Bruno Krupp

Modelo Bruno Krupp solicita atendimento psicológico na cadeia

Influenciador esta preso pelo atropelar e matar o estudante João Gabriel Cardim Guimarães no fim de julho

Bruno KruppBruno Krupp - Foto: Reprodução / Redes sociais

O modelo Bruno Fernandes Moreira Krupp, de 25 anos — preso por atropelar e matar o estudante João Gabriel Cardim Guimarães, de 16 anos, no fim de julho, na orla da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio — solicitou atendimento psicológico na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, onde está preso. O GLOBO teve acesso ao ofício da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) do último dia 16 de setembro com pedidos de atendimento psicológico de presos.

O modelo é réu pelo atropelamento do jovem João Gabriel Cardim. O Tribunal de Justiça do Rio aceitou a denúncia do Ministério Público contra Krupp por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar. O acidente aconteceu por volta das 23h do dia 30 de julho na Avenida Lúcio Costa, altura do Posto 3. Ao ser atropelado por Bruno Krupp, que, segundo investigação estava a mais de 150 km/h , João Gabriel teve uma perna decepada e foi levado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, mas não resistiu.

Depois de Krupp atropelar o adolescente, outras denúncias surgiram contra o modelo. No início do mês passado, uma modelo relatou numa rede social ter sido vítima de estupro quando foi dormir na casa de Krupp em Niterói (depois ele se mudou para a Barra). O fato teria acontecido há alguns anos, de acordo com a modelo. Mas ela só teve coragem de falar abertamente sobre o fato após as acusações que surgiram contra o ele na Justiça. Após a denúncia, outras duas mulheres também relataram terem sido vítimas de estupro.

Além dessa acusação, Krupp é investigado por estelionato após ser acusado de enganar hóspedes de um hotel em São Conrado, na Zona Sul do Rio, em 2021. De acordo com a Promotoria de Justiça de Investigação Penal da Zona Sul e Barra da Tijuca, um gerente de um hotel de luxo contou que conversou com pessoas que tiveram problemas com reservas realizadas. Os clientes lesados disseram que Bruno Krupp oferecia diárias no hotel a preços abaixo do praticado no site oficial do estabelecimento. Para que conseguissem ter a vantagem, Krupp induzia as vítimas a fazerem transferências bancárias em uma conta em nome de outra pessoa. A fraude, segundo as investigações, foi estimada em R$ 428 mil.

Assessor na prefeitura de Niterói

O modelo ocupou durante 11 meses (de julho de 2021 a maio deste ano) o cargo de assessor nomeado na Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade de Niterói. A prefeitura afirma que Krupp trabalhou com presenças registradas em folha de ponto, executando funções internas (administrativas) e externas, realizando entrega de documentos e processos em outras secretarias e garante que, eventualmente, atuava como apoio em atividades da secretaria nos parques da cidade. Nesse período, Krupp recebeu dos cofres públicos no município pouco mais de R$ 31 mil, incluindo décimo terceiro e férias proporcionais.

Após essa passagem na secretaria, ele foi apontado como sendo uma das 27 mil pessoas que receberam valores via cargos secretos da Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (Ceperj). O modelo fez duas retiradas na boca do caixa que totalizaram R$ 4.740, a primeira em maio e a outra em junho deste ano, em uma agência da Zona Oeste da capital fluminense. Esse suposto esquema é alvo de investigação do Ministério Público e do Tribunal de Contas do Estado, por falta de transparência nas transações bancárias e nomeações.

Apesar da afirmação da prefeitura de Niterói, pessoas ligadas à pasta de Meio Ambiente afirmam que o modelo poucas vezes foi visto em suas funções. Um antigo colega, que preferiu não se identificar, disse que soube da passagem dele por lá apenas depois de o caso ganhar ampla repercussão na imprensa.

"Ele nunca pisou lá. Nunca fez um trabalho. Os concursados de lá estão revoltados com essa situação" diz.

Procurada, a defesa de Krupp limitou-se a dizer que não conhecia qualquer informação relacionada à nomeação e não respondeu mais aos contatos.

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