Moderna acredita que sua dose de reforço funcionará contra a ômicron
Segundo a farmacêutica, os resultados preliminares mostram uma resposta positiva nos níveis de anticorpos contra a nova variante por conta da dose de reforço
A farmacêutica americana Moderna disse nesta segunda-feira (20) estar confiante de que o reforço de sua vacina será eficaz contra a variante ômicron, após resultados de laboratório descritos como "tranquilizadores".
"Podemos contar com esta vacina em um próximo aumento de casos pela ômicron", garantiu o presidente da Moderna, Stephen Hoge, em videoconferência.
No entanto, ele acrescentou que os testes mostraram que, após apenas duas doses, a proteção contra a nova variante era "substancialmente menor" do que contra a cepa inicial da Covid-19.
Uma dose completa da vacina da Moderna como reforço também fornece mais proteção de anticorpos contra a ômicron do que a injeção atualmente aprovada, de apenas metade (50 microgramas), de acordo com os resultados anunciados.
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Os estudos mediram os níveis de anticorpos neutralizantes da ômicron em amostras de sangue de 40 pessoas que tinham níveis baixos desses anticorpos antes de receberem o reforço.
A recomendação atual é de 100 microgramas como primeira e segunda doses da vacina da Moderna, seguidas por uma dose de reforço de 50 microgramas.
A medição de anticorpos foi realizada 29 dias após os participantes do estudo receberem a terceira dose, metade deles 50 microgramas e a outra metade 100 microgramas.
A Moderna afirma que seus dados preliminares mostram uma resposta nos níveis de anticorpos contra a ômicron 37 vezes maior com a dose de 50 microgramas e um aumento de 83 vezes quando a dose é dobrada.
O diretor-executivo da empresa, Stéphane Bancel, classificou esses resultados como "tranquilizadores" e acrescentou que seguem desenvolvendo uma vacina específica contra a ômicron.
Hoge, por sua vez, acrescentou: "Estamos cautelosamente otimistas, a partir dos dados apresentados aqui, que o reforço autorizado de 50 microgramas deve fornecer uma boa proteção contra a variante ômicron."
“Acreditamos que no futuro será necessário fazer reforços sazonais”, completou.
Os ensaios clínicos para uma vacina específica começarão em breve, no início de 2022. A Moderna planeja uma vacina contra várias cepas preocupantes ao mesmo tempo para amplificar a imunidade.
Especialistas insistem em que os estudos laboratoriais sejam interpretados com cautela, observando que são necessárias evidências do mundo real para determinar o nível de proteção contra a transmissão e o desenvolvimento da doença.
Na semana passada, um estudo de campo na África do Sul mostrou que duas injeções de uma vacina com tecnologia de RNA mensageiro da Pfizer-BioNTech ofereciam cerca de 70% de proteção contra casos graves da doença pela ômicron.
Em uma entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal Le Monde, o diretor executivo da BioNTech, Ugur Sahin, disse que, após a terceira dose, o reforço parecia fornecer 70 a 75% de proteção contra qualquer forma da doença.
Sahin acrescentou que sua empresa poderá oferecer uma vacina específica contra a ômicron a partir de março, dependendo da aprovação dos reguladores.