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Moradores de Olinda temem queda de barreiras com a chegada do período com mais chuvas

Nas zonas historicamente afetadas por chuvas, população volta a ter medo em áreas de risco

Severina Cecília da Silva, de 65 anos, teme o deslizamento de barreiras durante o período de chuvas que se aproximaSeverina Cecília da Silva, de 65 anos, teme o deslizamento de barreiras durante o período de chuvas que se aproxima - Foto: Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco

Com a chegada do período de mais chuvas em Pernambuco - que vai até julho -,  um fantasma antigo ronda as famílias que vivem em zonas de risco em Olinda: o medo de perder tudo, inclusive a vida, em um deslizamento. Quase três meses após o deslizamento de terra que vitimou um jovem de 19 anos no bairro de Águas Compridas, moradores não têm alternativas de moradia e culparam o poder público pela falta de opção.

A dona de casa Severina Cecilia da Silva, de 65 anos, que sempre morou a vida inteira na rua Seis de Agosto, conta que teve que alugar uma casa, sem ter condições, para poupar a própria vida. "A prefeitura prometeu dar uma ajuda, um auxilio, e até agora não vi nada. Mandaram a gente sair rápido e não deram recurso nenhum. Não deram solução de nada", conta. 

"Por hora, nós, moradores, não podemos fazer nada. Se eu tivesse dinheiro, não estava morando nesses precipícios. Moro porque não tenho condições. Estou fazendo das tripas, coração. Quando acabar a época das chuvas, vou ter que voltar, porque não vou me enterrar viva", explica a moradora. 

João Bezerra de Melo, 73 anos

Segundo o morador João Bezerra de Melo, 73 anos, que mora no local há 40 anos, nada muda no bairro. "A prefeitura veio, colocou o plástico, mas não resolveram mais nada. Era para darem prioridade para nós, que estamos com mais necessidade, para não acontecer mais acidente. Estamos na expectativa", denunciou João.

De acordo com a população, a Defesa Civil de Olinda não voltou ao local durante esse tempo e algumas casas correm o risco de desabar caso chegue uma chuva forte na cidade. 

A reportagem da Folha de Pernambuco entrou em contato com a Prefeitura de Olinda, mas até a publicação deste texto não obteve resposta. 

 

 

 

 

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