Moradores de prédio em Rio Doce relatam momentos de apreensão ao ouvirem estalos na estrutura
Primeiros estalos teriam acontecido por volta das 18h dessa terça-feira (2)
Moradores do Bloco 62D do Residencial Juscelino Kubitchek, conhecido como Edifício Brooklin, localizado na 4° estapa do Rio Doce, em Olinda, deixaram suas residências às pressas após ouvirem estalos na estrutura do prédio na noite dessa terça-feira (2), por volta das 18h. O local, que já havia sido condenado pelo município, teve a interdição mantida e foi isolado.
De acordo com os irmãos Maria Vitória, de 21 anos, e José dos Santos Filho, de 33, que são moradores do local, o primeiro estalo teria acontecido horas antes das 18h, mas, ao ouvirem cinco estalos seguidos na estrutura deixaram o prédio.
"Eu e minha filha estávamos dentro de casa e, do nada, escutamos o primeiro estalo. O nosso vizinho desceu, mas eu pensei que fosse mentira, então não acompanhei. Às 18h, ouvimos cinco estalos, um atrás do outro", revelou Maria Vitória.
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José dos Santos, que não se encontrava no local no momento do primeiro estalo por estar trabalhando, relatou estar presente no momento da evacuação e que teve que deixar o prédio para assegurar a própria vida: "Fiquei sem saber o que fazer. Eu não tinha dinheiro para nada, mas tive que sair de lá para não morrer", relatou.
Os moradores deixaram o local imediatamente após ouvirem os estalos. No total, residem 36 famílias no prédio e, de acordo com a Defesa Civil, que chegou ao edifício na manhã desta quarta-feira (3), o Edifício Brooklin faz parte da lista de 110 prédios condenados pela Prefeitura de Olinda. Essa relação, conforme informado inicialmente pela gestão, teria somente prédios no modelo caixão - o Brooklin, de acordo com a Defesa Civil, é modelo misto (pilares na base e caixão nos andares).
Ainda na noite passada, os moradores foram evacuados da área pelo Corpo de Bombeiros. Nesta quarta, a Defesa Civil realizou a inspeção da área e os residentes retiraran os pertences de seus apartamentos, já que o objetivo é que o prédio seja demolido.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o prédio, que se encontrava interditado, "apresenta sinais visuais de patologias estruturais". A interdição foi mantida e o prédio, isolado.
De acordo com o engenheiro da Defesa Civil Josenildo Oliveira dos Santos, o prédio passou por vistoria há três anos, por apresentar risco de desabamento. "Verificamos que o prédio possui 48 pilares. Destes, cerca de 35 estão comprometidos. O primeiro pavimento teve perda do layout. O pessoal fez aberturas que não deveria", informou o profissional.
A Prefeitura de Olinda informou que a responsabilidade sobre os prédios do Conjunto Habitacional JK é da seguradora Sulamérica. O local já foi alvo da Prefeitura para ordem de demolição, mas o processo vem se alongando por conta de recursos da seguradora.
O município informou que prestará assistência social e jurídica por diversos mecanismos a todo morador que esteja nas condições de ocupação irregular nos prédios interditados na cidade.