Morre, aos 90 anos, Ethevaldo Siqueira, pai do jornalismo de tecnologia no Brasil
Segundo informações apuradas pela Rádio CBN, o jornalista sofria de leucemia
Morreu na noite do último domingo (16), em São Paulo, o jornalista e escritor Ethevaldo Siqueira, aos 90 anos. Considerado pai do jornalismo de tecnologia no Brasil, Siqueira era especialista em telecomunicações e referência na cobertura tecnológica pelo seu pioneirismo. Segundo informações apuradas pela Rádio CBN, o jornalista sofria de leucemia, câncer que atinge a formação das células sanguíneas.
Ele estava internado em São Paulo, no hospital Oswaldo Cruz, para o tratamento da doença. Siqueira deixa esposa, dois filhos, cinco netos e uma bisneta. O velório ocorreu na tarde de segunda-feira no Velório Samaritano, em Ribeirão Preto.
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Referência no jornalismo de tecnologia
Siqueira nasceu no interior paulista, na cidade de Monte Alto. Se formou na primeira turma de Jornalismo da Escola de Comunicação e Artes (ECA), da Universidade de São Paulo (USP), fundada em 1966, onde mais tarde seria professor de Tecnologia da Informação e Telemática, de 1986 a 1996.
De 1967 a 2012, escreveu no jornal O Estado de São Paulo, onde passou pelos cargos de repórter, editor, repórter especial e colunista. Siqueira também foi colaborador especial das Revistas Veja e Época de 2005 a 2013, além de comentarista da Rádio CBN com a coluna diária Mundo Digital, entre 2006 e 2017.
Sua trajetória profissional foi marcada pela conquista de prêmios, como o Prêmio Esso em 1968, com a reportagem "Eis a São Paulo: Ano 2000", que projetava como seria a capital paulista no novo milênio. O segundo Esso veio em 1978, com a reportagem “O mundo eletrônico dos Anos 80”, sobre a revolução provocada pelos computadores e videogames.
Também recebeu o Prêmio Ministério das Comunicações em 1974, o Prêmio Telesp de Comunicações, em 1979, o José Reis de Divulgação Científica e Tecnológica do CNPQ, em 1985, e o Comunique-se, em 2007.
Siqueira também fundou e dirigiu as Revistas RNT (Revista Nacional de Telecomunicações) e TelePress Latinoamérica, além de participar do Júri do Prêmio Embratel de Jornalismo desde o ano 2001.
O jornalista também escreveu vários livros sobre comunicação e tecnologia. Entre eles "A Sociedade Inteligente: Sobre a Revolução das Telecomunicações, dos Computadores e dos Robôs" (Bandeirante, 1987), "Três Momentos da História das Telecomunicações no Brasil" (Dezembro Editorial, 1998), "Brasil: 500 anos de Comunicações – A eterna busca da liberdade" (Dezembro Editorial, 2000) e "Como Viveremos" (Saraiva, 2004).