Rio de Janeiro

Morre criança de três anos baleada por agente da PRF no Rio; corporação lamenta

Heloísa dos Santos estava internada desde o dia 7 de setembro quando foi baleada na cabeça e na coluna

Heloisa dos SantosHeloisa dos Santos - Foto: Reprodução

Morreu neste sábado, dia 16, Heloísa dos Santos, de 3 anos. A criança foi baleada na cabeça e na coluna durante uma abordagem de agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no último dia 7 de setembro, quando passava de carro com os pais, a irmã de 8 anos e uma tia, no Arco Metropolitano. Desde então, ela passou a ser acompanhada por médicos do Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde estava internada em estado gravíssimo.

"É com extremo pesar que recebemos a notícia do falecimento de Heloísa dos Santos Silva, de três anos, ocorrido em 16 de setembro de 2023, em Duque de Caxias (RJ). Solidarizamo-nos com os familiares neste momento de dor e expressamos as mais sinceras condolências pela perda. A Polícia Rodoviária Federal (PRF), por meio da Comissão de Direitos Humanos, segue acompanhando a família para acolhimento e apoio psicológico", diz a nota da PRF.

Na madrugada da última quinta-feira, dia 14, Heloísa sofreu uma parada cardiorrespiratória e apresentava um quadro hemodinamicamente instável, segundo o último boletim divulgado à tarde pela unidade. Ela precisou ser reanimada pela equipe médica após seis minutos.

A menina seguiu internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do hospital. A família de Heloísa estava se dividindo em turnos para acompanhar o quadro de saúde dela. A tia, Daniele, e a avó, Eliza, chegaram ao Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, por volta das 6h30 na quinta-feira. Segundo elas, a irmã de Heloísa, de apenas 8 anos, não vê a mãe desde o dia do incidente e pergunta pela Heloísa todos os dias.

Relembre o caso

Uma testemunha que viu a abordagem de agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) ao carro onde estava a menina e sua família filmou a ação policial. Na gravação, o homem diz que os policiais “saíram atirando no carro”. No vídeo, é possível também ouvir, ao fundo, gritos de parentes da criança, que havia acabado de ser baleada.

A menina estava acompanhada dos pais, da tia e de uma irmã, quando disparos foram efetuados contra o veículo. Os parentes dizem que os tiros partiram de agentes da PRF. A família mora em Petrópolis e retornava de Itaguaí, na Região Metropolitana, onde foi passar o feriado de Sete de Setembro.

Policial entrou no CTI

O Ministério Público Federal investiga por que um agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) entrou no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) que Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, está internada após ser baleada durante uma ação da corporação. O policial teria ido ao Hospital Adão Pereira Nunes neste sábado. A Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal, disse, em nota, que já identificou o policial que entrou sem farda, mas com um distintivo da corporação, no CTI onde Heloísa está internada.

O RJTV2, da TV Globo, teve acesso às imagens das câmeras da unidade, que mostram o policial com o distintivo da corporação entrando no local de acesso restrito. O Ministério Público Federal (MPF) também pediu o afastamento de todos os envolvidos, por 30 dias e a apreensão das armas dos policiais. Também foi requisitado pelo MPF acesso ao procedimento investigatório interno aberto pela Corregedoria da PRF.

— Instauramos a investigação criminal. Na própria sexta-feira, determinei que o pessoal (do MPF) fosse ao hospital para que fizéssemos levantamentos e vissem o estado de saúde da menina. Eles acabaram presenciando parte disso. Um PRF à paisana, com distintivo, mas sem a farda, entrou no CTI. Os agentes do MPF entraram, mas se identificando, passando pelo procedimento de segurança. O PRF disse apenas “assunto policial” e foi entrando. Por quê? O que ele estava fazendo? E por que não se identificou? Quem manda no CTI são os médicos — explicou o procurador da República Eduardo Benones ao GLOBO.

Objetivo é entender o que exatamente o agente da PRF foi fazer no local.

— A partir de amanhã, temos o nome (do policial). Nos reuniremos a partir de amanhã. Eles nos anteciparam que sabem quem é esse policial. Mas, agora, quero entender o que ele foi fazer. Temos a informação de que outros dois agentes entraram do mesmo modo. Não entendo o que está acontecendo.

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