Morre criança que estava no ônibus incendiado em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro
Menina teve 90% do corpo queimado. Homem responsável por atear fogo no veículo, na quarta-feira, foi transferido para hospital no Rio
A prefeitura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, informou, na noite desta quinta-feira (6), que a menina Heloise Victoria da Silva Ribeiro, de 4 anos, internada no CTI Pediátrico do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN) morreu em decorrência das queimaduras que sofreu durante ataque ao ônibus onde estava na companhia da mãe. A morte foi confirmada às 21h27 desta quinta-feira.
Heloise teve queimaduras de 2° e 3° graus em 90% do corpo. Ela foi uma das vítimas do ônibus incendiado no centro de Duque de Caxias, na quarta-feira. Ainda segundo a prefeitura da cidade, Cleber da Conceição Sirilo, de 39 anos, que ateou fogo no ônibus, segue internado e sob custódia.
O agressor, que teve 50% do corpo queimado, estava no Hospital Municipal Dr. Moacyr Rodrigues do Carmo (HMMRC), em estado grave, mas foi transferido, na tarde desta quinta para o Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio.
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De acordo com o Corpo de Bombeiros, a corporação foi acionada para combater as chamas de um ônibus, por volta das 10h59 de quarta, na Avenida Brigadeiro Lima e Silva, localizada no Centro de Duque de Caxias. Duas mulheres também teriam sido pisoteadas ao tentar deixar o ônibus.
O suspeito embarcou no coletivo, na altura da Rodovia Washington Luís, levando dois galões plásticos. Pouco depois, quando o veículo trafegava pela Avenida Brigadeiro Lima e Silva, próximo a um supermercado, o homem, sem nada dizer, colocou um capuz no rosto e usou uma faca que levava para furar os galões.
Em seguida, espalhou um líquido inflamável no chão e ateou fogo no veículo. Ainda não se sabe o que teria motivado o ataque. De acordo com as primeiras informações da polícia, o suspeito não seria parente nem mantinha qualquer tipo de relação com as vítimas.
Em nota, a Federação das Empresas de Mobilidade do Estado do Rio (Semove) repudiou o ataque, que classificou como “criminoso”. Segundo a entidade, esse foi o 249º ônibus incendiado no estado em dez anos, dos quais oito apenas em 2023 — sete na Baixada Fluminense. A nota aponta ainda para o fato de que a “inexistência de seguro para este tipo de crime atrapalha o investimento na renovação da frota e prejudica a população”.
A Viação União, proprietária do veículo incendiado, também divulgou um comunicado no qual informa que está prestando “auxílio às vítimas e colabora com a autoridade policial para esclarecimento dos fatos”. A empresa condena ainda “o quarto ataque sofrido em vinte dias, e informa que o custo para reposição dos veículos incendiados é de aproximadamente R$3 milhões”.