Morre o ex-diretor da Globo Alberico de Sousa Cruz, aos 84 anos
Jornalista enfrentava complicações decorrentes de uma leucemia
Morreu nesta terça-feira, aos 84 anos, o jornalista Alberico de Sousa Cruz. Internado em uma clínica na Zona Sul do Rio de Janeiro, ele havia sido diagnosticado com leucemia e teve complicações da doença. No ano passado, ele também foi infectado pela Covid-19 e enfrentou sequelas da doença. Nos anos 90, Alberico foi diretor da então Central Globo de Jornalismo.
Ele deixa sua mulher, Regina, duas filhas, Cristiana e Janaína, além de três netos.
Mineiro natural da cidade de Abaeté, Alberico foi criado na fazenda dos pais. E apesar da carreira no jornalismo, sua formação foi em direito. Mais tarde, seu nome seria conhecido como um dos jornalistas mais atuantes do país.
Ao longo de sua carreira, teve passagens pelo Jornal do Brasil, na Revista Manchete, na Revista Veja e em O Jornal, dos Diários Associados. Passou também por escolas na profissão como o Jornal da Cidade, o Binômio e a sucursal mineira da Última Hora, veículo pelo qual também exerceu a profissão em Brasília.
Em entrevista, Alberico chegou a citar que aprendeu a “fazer o pouco que sei em termos de jornalismo com Celso Japiassu e Roberto Drummond”, período em que trabalhou como repórter de polícia e tinha como chefe Fernando Gabeira.
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Sua chegada à Globo foi em 1980, após convite de Armando Nogueira para ser o diretor de Jornalismo da emissora, em Minas Gerais. Depois de dois anos, tornou-se diretor de Telejornais Comunitários da Central Globo de Jornalismo, já no Rio de Janeiro. Entre as coberturas jornalísticas das quais participou, está a morte do presidente eleito Tancredo Neves, em 1985.
Já em 1987, Alberico assumiu o cargo de diretor de Telejornais de Rede na emissora. Três anos depois, em abril de 1990, o jornalista substituiu Armando Nogueira na direção da Central Globo de Jornalismo. Entre os destaques de seu período no cargo, está a cobertura da Guerra do Golfo, em 1991, com repórteres em Israel, Jordânia, Iraque e Estados Unidos.
Estiveram em seu currículo também coberturas das eleições presidenciais americanas em 1992, ancoradas pelo Jornal Nacional, de Nova York, além da Conferência do Clima, a Eco 92, no Rio de Janeiro, em que participaram 102 chefes de estado. Foi também Alberico, naquele mesmo ano, quem decidiu levar a primeira mulher à bancada do JN, Valéria Monteiro.
Na Globo, ele permaneceu até 1995. Em seguida passou a ser sócio de um canal regional de TV a cabo, além de comandar o jornalismo da Rede TV até 2002, quando se aposentou.
Sua internação na Clínica São Vicente, no Rio, aconteceu há duas semanas, por complicações decorrentes de sua leucemia. O diagnóstico da doença foi feito há dois anos e meio e, desde então, o jornalista vinha lutando contra a doença.