Morre opositor venezuelano que deixou asilo na embaixada argentina
A Plataforma de Unidade Democrática ( PUD) informou sobre a morte de Mottola e o descreveu como um "democrata de longa atuação pública"
Um líder da oposição venezuelana morreu nesta quarta-feira (26), dois meses após deixar o asilo na embaixada argentina e se entregar às autoridades sob liberdade condicional.
Fernando Martínez Mottola era assessor da aliança opositora Plataforma de Unidade Democrática (PUD), que denuncia fraude na reeleição do presidente Nicolás Maduro e reivindica vitória de Edmundo González Urrutia nas eleições de 28 de julho de 2024.
A PUD informou sobre a morte de Mottola e o descreveu como um "democrata de longa atuação pública" em um comunicado, enquanto González Urrutia e outros líderes e partidos políticos expressaram suas condolências nas redes sociais.
Con profundo pesar, nos unimos para rendir homenaje a nuestro querido amigo y compañero, Fernando Martínez Mottola, quien dedicó su vida al servicio público y a la defensa de la democracia en Venezuela.
— Voluntad Popular (@VoluntadPopular) February 26, 2025
Ingeniero eléctrico egresado de la Universidad Simón Bolívar, Fernando… pic.twitter.com/nOYuToZwoX
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Emilio Figueredo, ex-embaixador e próximo a Martínez Mottola, havia explicado mais cedo à AFP que ele sofreu "um derrame cerebral massivo".
Martínez Mottola, que foi ministro dos Transportes em 1992, se refugiou na residência argentina em Caracas no dia 21 de março, um dia depois que outros cinco colaboradores próximos da líder opositora María Corina Machado terem feito o mesmo. Todos são acusados de conspirar contra o governo de Maduro.
Depois de quase nove meses refugiado, o opositor se entregou às autoridades em 19 de dezembro e recebeu liberdade condicional após depor sobre "atos violentos, conspiratórios e desestabilizadores", segundo o Ministério Público, acusado de servir ao chavismo.
Os asilados, incluindo a mão direita de Machado, Magalli Meda, aguardam um salvo-conduto para deixar o país.
Eles denunciam desde novembro um "cerco" policial à sede diplomática, com a presença de funcionários armados que impedem a entrada de alimentos e o restabelecimento de serviços básicos como luz e água.
A representação está sem pessoal diplomático desde agosto, após a ruptura de relações como resposta às críticas do governo do presidente argentino Javier Milei à reeleição de Maduro. O Brasil assumiu a custódia da embaixada argentina em agosto de 2024.