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Morte por raiva humana: Secretaria de Saúde promete intensificar prevenção à doença em Pernambuco

Decisão chega após uma mulher de 56 anos morrer após contrair a enfermidade ao ser mordida por um sagui

A paciente estava internada no Hospital Oswaldo Cruz, no Recife, desde 31 de dezembroA paciente estava internada no Hospital Oswaldo Cruz, no Recife, desde 31 de dezembro - Foto: Davi Queiroz/Folha de Pernambuco

Após o primeiro caso de morte por raiva humana registrado em Pernambuco em oito anos, a Secretaria de Saúde do Estado (SES-PE) disse que vai intensificar as medidas de prevenção à doença.

A vítima contraiu raiva humana após ser mordida por um sagui. Ela estava internada desde o dia 31 de dezembro, no Hospital Oswaldo Cruz, no Recife, que confirmou o óbito no último sábado (11). Ela era moradora da cidade de Santa Maria do Cambucá, no Agreste do Estado.

De acordo com a secretaria, será realizado um ciclo complementar de vacinação de animais domésticos. O objetivo disso é reforçar a imunização na região onde a infecção ocorreu.

Além disso, a secretaria também vai intensificar os protocolos e diretrizes relacionados à raiva com as equipes de saúde dos municípios da região.

"Essas ações serão implementadas em toda a 4ª Gerência Regional de Saúde e, posteriormente, replicadas em outras áreas do estado", afirmou o Estado.

Entenda o caso
A paciente apresentou uma lesão na mão esquerda depois de ser mordida por um sagui e teve quadro de dormência, que se irradiou para o tórax. Ela também tinha dores e fraqueza.

Um exame feito pelo Instituto Pasteur confirmou, na quarta-feira (8), a contaminação por raiva. A mulher estava sendo assistida por uma equipe multiprofissional do hospital na capital pernambucana.

Em nota divulgada ainda nessa sexta-feira (10), o hospital havia declarado que o estado da mulher era considerado grave, e que ela estava sedada e sendo monitorada.

No mesmo dia, em entrevista à Folha de Pernambuco, a médica intensivista Reginelle Terto também informou como foi o processo de tratamento da paciente, que, inicialmente, chegou ao hospital consciente, mas, com o tempo, apresentou piora.

"No dia 2 de janeiro, ela apresentou uma piora importante e precisou ser entubada e ir para a ventilação mecânica. Desde então, estamos mantendo o cuidado neuroclínico dela, e fazendo o protocolo, conforme o Ministério da Saúde", completou a médica.

Segundo a SES-PE, o laudo do exame demonstra que o vírus encontrado na paciente é de origem silvestre.

Por meio de nota, o Hospital Oswaldo Cruz lamentou a morte.

"Expressamos as mais sinceras condolências e desejamos, ainda, conforto, paz, e muita força para a família", declarou.

Cuidados a serem tomados
Durante a entrevista, a médica intensivista Reginelle Terto aproveitou a oportunidade para conscientizar a população acerca da prevenção à raiva. Segundo ela, manter a vacinação antirrábica aos animais domésticos e de rua é importante. "O vírus existe na natureza. A gente não vai conseguir acabar com ele", frisou.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Doença infecciosa viral aguda causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, a raiva humana tem taxa de letalidade de 100%. A raiva pode ser transmitida ao ser humano pela mordedura, arranhadura ou lambedura de um animal infectado. 

Em caso de contato, o paciente pode apresentar, após o período de dois a dez dias de incubação, sintomas como:
- Mal-estar geral;
- Pequeno aumento de temperatura;
- Anorexia;
- Cefaleia; 
- Náuseas;
- Dor de garganta; 
- Entorpecimento; 
- Irritabilidade; 
- Inquietude;
- Sensação de angústia.

O diagnóstico é feito obrigatoriamente por meio laboratorial, a partir de técnicas diversas. A medida mais eficaz contra a raiva humana é a prevenção pela vacinação pré ou pós-exposição. 

O Ministério da Saúde adquire e distribui os imunobiológicos necessários para a profilaxia da raiva humana no Brasil: vacina antirrábica humana de cultivo celular, soro antirrábico humano e imunoglobulina antirrábica humana.

Entre 2010 e 2024, segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 48 casos de raiva humana.

Desse total, nove foram causados por mordidas de cães, 24 por morcegos, seis por primatas não humanos, dois por raposas, quatro por felinos e um por bovino.

Confira, abaixo, a nota da SES-PE na íntegra.

A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE), por meio da Diretoria de Vigilância Ambiental, informa que será realizado um ciclo complementar de vacinação de animais domésticos, com o objetivo de reforçar a imunização na região.

Além disso, a Secretaria intensificará junto à Regional de Saúde os protocolos e diretrizes relacionados à raiva com as equipes de saúde dos municípios da região. Essas ações serão implementadas em toda a 4ª Gerência Regional de Saúde e, posteriormente, replicadas em outras áreas do estado.

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