Amazônia

Mortes de jornalista e indigenista devem encorajar o combate aos crimes ambientais, exorta colega

Phillips, de 57 anos, estava trabalhando em um livro sobre o desenvolvimento sustentável na Amazônia. Pereira, 41, trabalhava como seu guia

O jornalista Dom Phillips, de 57 anosO jornalista Dom Phillips, de 57 anos - Foto: João Laet / AFP

Os aparentes assassinatos de um jornalista britânico e de um indigenista brasileiro na Amazônia são "monstruosos", mas devem encorajar, não dissuadir, a mídia de continuar seu trabalho de luta conta os crimes ambientais, pediu um colega nesta quinta-feira. 

Dez dias após o desaparecimento do jornalista Dom Phillips, colaborador do jornal britânico The Guardian, e do brasileiro Bruno Pereira, um suspeito admitiu ter enterrado seus corpos e "restos humanos" foram encontrados no local das buscas.

"Esta é uma história de terror que vai arrepiar qualquer jornalista, qualquer pessoa que se preocupe com a Amazônia, com os povos indígenas, com nossos sistemas globais de apoio à vida", comentou à AFP Jonathan Watts, chefe de Meio Ambiente do The Guardian.

"Mas espero que inspire, em vez de dissuadir, editores e jornalistas a prestarem ainda mais atenção às questões com as quais Dom se preocupava", acrescentou. 

"Eu realmente espero que o trabalho que Dom iniciou possa continuar e se expandir. Para mim, essa seria a única maneira de algo bom sair de algo tão monstruoso", enfatizou.

Phillips, de 57 anos, estava trabalhando em um livro sobre o desenvolvimento sustentável na Amazônia. Pereira, 41, trabalhava como seu guia.

"Esses homens corajosos, apaixonados e determinados foram mortos enquanto faziam o trabalho vital de esclarecer as ameaças diárias que os povos indígenas do Brasil enfrentam ao defender suas terras e direitos", disse Pat Venditti, diretora executiva do Greenpeace Reino Unido em uma declaração. 

Venditti acusou o presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro de dar "licença política e moral para realizar atividades predatórias dentro e ao redor de terras indígenas".

"A maior homenagem que podemos prestar agora a Bruno e Dom é continuar seu trabalho vital até que todos os povos do Brasil e suas florestas estejam totalmente protegidos", acrescentou.

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