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Mortes pela polícia em operação no litoral de SP chegam a 47

Operação visa acabar com o crime organizado na Baixada Santista

Polícia Militar de São Paulo Polícia Militar de São Paulo  - Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Dois homens morreram baleados em suposto confronto com a Polícia Militar de São Paulo em ocorrência registrada na quinta-feira (14), no bairro Alemoa, em Santos. Com isso, até o momento, 47 pessoas morreram nestas circunstâncias durante a Operação Verão realizada no litoral do Estado.

"Policiais Militares averiguavam denúncia no bairro Vila Alemoa, quando viram uma movimentação em um matagal. Ao se aproximarem, os agentes de segurança foram recebidos a tiros, reagiram e atingiram dois suspeitos", disse a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP). Ambos morreram no local.

"Com eles, foram apreendidas duas pistolas, porções de maconha, cocaína e crack, além de uma balança de precisão e uma quantia em dinheiro. A perícia foi acionada e todas as circunstâncias relativas aos fatos serão apuradas", acrescentou a pasta. O caso foi registrado como tentativa de homicídio e morte decorrente de intervenção policial.

A SSP esclarece que todos os casos de mortes em confronto policial são investigados pela Polícia Civil e Militar, com acompanhamento do Ministério Público e Poder Judiciário.

De acordo com a secretaria, a 3ª fase da operação, iniciada em 7 de fevereiro, que tem como objetivo asfixiar o crime organizado na Baixada Santista, permanece em andamento por tempo indeterminado.

Desde o início da 1ª fase da ação, em 18 de dezembro deste ano, 921 suspeitos foram presos, incluindo 361 procurados pela Justiça, e 682,1 quilos de drogas foram retirados das ruas. Além disso, 97 armas ilegais, incluindo fuzis de uso restrito, foram recolhidos.

"Até o momento, 47 pessoas morreram em confronto com a polícia, entre elas o líder de uma facção criminosa envolvida com o tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro, tribunal do crime e atentado contra agentes públicos", afirma a SSP.

Neste ano, as ações foram intensificadas após o assassinato do soldado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) Samuel Wesley Cosmo e do cabo José Silveira dos Santos no início de fevereiro.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi denunciado na semana passada no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), em razão das mortes provocadas por ações policiais na Baixada Santista no curso da Operação Verão

Em resposta à denúncia, protocolada em conjunto pela Conectas Direitos Humanos e a Comissão Arns, o chefe do Palácio dos Bandeirantes defendeu as atividades policiais e foi irônico. "Temos muita tranquilidade com relação ao que está sendo feito (na Baixada Santista). A pessoa pode ir para a ONU, para a Liga da Justiça, para o raio que o parta, eu não estou nem aí", disse Tarcísio na sexta-feira passada.

 

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